A eficiência ou ineficiência da gestão política e econômica de um governo municipal está muito ligada a capacidade de investimentos e valorização do serviço público. O volume de dinheiro em caixa é um fator a ser considerado, mas nem de longe pode ser considerado o único fator. Sob essa ótica, não é exagero dizer que o Governo Municipal tem praticado uma política fiscal ineficiente apesar dos valores arrecadados.
É ineficiente porque, primeiro, faz com que a população sofra com cortes e carências de serviços públicos. É ineficiente também porque se não fosse a luta e a mobilização do Sindicato dos Servidores e da nossa categoria, o Governo já teria gerado inclusive um enorme passivo trabalhista relativo às correções salariais. Se dependesse apenas do governo não haveria a reposição salarial, mesmo sendo garantido pela Constituição a revisão geral anual.
Ou seja, apesar de possuir dinheiro em caixa, o Município de Ribeirão Preto ainda está estagnado em investimento e nem mesmo cumpre a legislação deixando de realizar os necessários concursos públicos e optando pela terceirização. Na saúde municipal, por exemplo, a precária saída via Fundação Hospital Santa Lydia tem os dias contados, é uma verdadeira bomba-relógio pronta a explodir as finanças municipais.
Tão importante como saldo em conta é oferecer um serviço público como está desenhado em nossa Constituição: universal, integral, eficiente, moderno e gratuito. A cada dia fica mais claro que não existe um planejamento voltado a valorização do serviço público. Todo o planejamento fiscal do Município vem se apoiando em um ranço ideológico já superado pelas economias mais modernas: cortar serviços públicos para gerar saldo fiscal em banco. Nem o país sede do atual modelo econômico, os Estados Unidos, adota essa política a ferro e fogo.
Nas propagandas governamentais não há meta de assistência e muito menos de qualidade. Ou seja: só os cortes e a falta de ousadia parecem ditar os rumos da gestão. Eu não pretendo, aqui, desconhecer ou desconsiderar as dificuldades financeiras inerente a toda economia pública ou privada, que certamente se reflete também no Município. Mas o momento político e econômico não pode servir de argumento a favor do marasmo e da estagnação.
Hoje em dia, mais do que nunca, prefeituras dependem de governos com visão de gestão e capacidade de se relacionar bem com seus servidores para montar projetos e soluções que rompam com paradigmas já superados em todo mundo. Sem um ambiente colaborativo governo nenhum anda. E sem diálogo, respeito, planejamento e valorização, não há como se falar em ambiente colaborativo no serviço público, nem no privado.
Impor contingenciamentos no orçamento como meta e não como meio nada mais é do que pensar pequeno, pura pobreza de espírito.