A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão Preto prendeu um dos quatro homens que participaram do assalto à residência do sargento do Corpo de Bombeiros Johnson César Celestino Pavanin, de 45 anos, na noite de segunda-feira, 9 de outubro, no bairro Jamil Cury, zona oeste da cidade. O policial militar levou dois tiros – um na cabeça e outro no tórax – e morreu ao dar entrada no Hospital das Clínicas (HC). Ele reagiu e chegou a lutar com um dos assaltantes até ser baleado. Não queria colocar a família em risco.
Marcos Vinicius Vieira Victorino, de 30 anos, foi preso na manhã dessa terça-feira (10) no Terminal Rodoviário de Ribeirão Preto tentando obter dinheiro com venda de objetos pessoais. Primeiro disse que pretendia comprar uma passagem e fugir para Barretos, onde mora. Depois, revelou que chegou a solicitar a um mototaxista da rodoviária que “emprestasse” a conta bancária para “alguém” fazer um depósito e, assim, conseguir o dinheiro e viajar para São Paulo.
Na Central de Flagrantes, confessou a participação no crime e informou a identificação de três comparsas, entre eles o irmão, Paulo Henrique Vieira Vitorino, que segundo Marcos Vinicius seria o autor dos disparos que mataram o bombeiro. O foragido morava em uma casa no Jardim São José, na zona leste, onde os policiais encontraram as evidências para identificar os três suspeitos foragidos – inclusive documentos pessoais.
Seguranças do Terminal Rodoviário, já orientados sobre a possibilidade dos criminosos tentarem escapar de ônibus, desconfiaram do suspeito, que tentava vender objetos e aparentava nervosismo. Eles acionaram os policiais militares que trabalham no local. Na abordagem, depois de negar qualquer envolvimento na ocorrência, Marcos Vinicius confessou participação e relatou que queria fugir para São Paulo.
Ao receber voz de prisão, Marcos Vinicius “entregou” dois presidiários que receberam indulto do Dia das Crianças, como cúmplices no latrocínio que resultou na morte do sargento PM do Corpo de Bombeiros. Todos foram conduzidos para a Central de Flagrantes. Nos depoimentos, logo ficou esclarecido que os supostos comparsas não teriam como participar do crime porque foram libertados às 21h de anteontem, e o assalto foi praticado uma hora antes. Assim, foi descartado o envolvimento dos dois, que foram liberados em seguida.
Marcos Vinicius, então, revelou a identificação dos outros assaltantes e ainda acusou o irmão de ser o autor dos disparos que mataram o bombeiro. “Já identificamos os outros assaltantes e requeremos a prisão preventiva dos três suspeitos foragidos”, diz o delegado Claudio Sales, da DIG. O homem preso ontem cumpriu pena por tráfico de drogas. Ele foi preso em flagrante delito como participante do latrocínio. No final da tarde dessa terça-feira (10), foi confirmado que os assaltantes roubaram celular, carteira e relógio da vítima, caracterizando o latrocínio – havia a suspeita de execução porque a vítima era policial militar.
O homem preso também contou ao delegado que fugiu quando soube que a vítima era policial militar. Por causa da agravidade do crime, o bando abandonou os planos. Eles pretendiam praticar vários assaltos em Ribeirão Preto antes de retornar para Barretos. Marcos Vinicius também contou que a casa do bombeiro foi uma escolha aleatória, definida quando perceberam que o PM estava estacionando o carro na garagem.