Por: Adalberto Luque
Um policial militar aposentado por problemas psicológicos foi preso, no sábado (28), acusado de ter sido o autor dos disparos contra um homem, na Rua Amparo, Vila Mariana, zona Norte da cidade, ocorrido na sexta-feira (27). Um carro passou e, de dentro do veículo partiram cinco disparos contra o homem.
Ele estava com o filho de um ano no colo, no momento dos disparos. A criança não se feriu. O homem levou dois tiros. Segundo a esposa, já havia respondido por porte de arma de fogo, mas nenhum outro envolvimento criminal.
As investigações prosseguiram e, no sábado (28), policiais civis que integram a Divisão Especial de Investigações Criminais (DEIC), com apoio de policiais militares do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP), foram até o apartamento de Yuri Vinícius de Almeida Malta, no Parque Bandeirantes, zona Leste de Ribeirão Preto.
Malta foi localizado e preso. Durante a ação, duas armas de fogo foram encontradas no apartamento, além de algumas porções de drogas. Malta é policial militar aposentado. Ingressou na Corporação em 2014, com 20 anos. Em setembro de 2017, aos 23 anos, foi afastado por razões psicológicas.
Segundo informações, Malta, que sempre trabalhou em São Paulo, estava de folga, mas foi até o batalhão onde trabalhava, fez sete disparos e depois apontou a arma para sua cabeça, e disparou contra o próprio pé quando seus colegas o impediram de continuar atirando. Admitiu ter bebido e usado drogas. Acabou sendo reformado (aposentado) administrativamente como soldado.
O promotor de Justiça, Marcus Túlio Alves Nicolino, acredita que o ex-PM tenha participado de, pelo menos, sete casos de homicídio na cidade. “Há aí suspeitas de que ele faça parte de um grupo de extermínio em Ribeirão Preto. Há também elementos de que ele não esteja agindo sozinho. A Polícia vai apurar isso, mas há possibilidade de outras pessoas estarem participando deste grupo de extermínio”, disse o promotor.
Nicolini explica que a prisão é importante não só para o esclarecimento do caso da Vila Mariana, ocorrido na véspera da prisão do ex-PM. Para o promotor, desta forma será possível esclarecer outros casos que aconteceram. Ele adiantou também que o suspeito poderia estar se preparando para cometer mais um homicídio no domingo (29). “Há elementos nesse sentido.”
Na Polícia Civil, o caso corre em segredo de Justiça. Nenhuma informação sobre o caso foi divulgada à imprensa. A defesa de Yuri informou que vai se manifestar somente no momento oportuno.