Tribuna Ribeirão
Economia

PLDO estima mínimo de R$ 1.389

O projeto de Lei de Dire­trizes Orçamentárias (PLDO) de 2024 estima que o salá­rio mínimo irá subir para R$ 1.389 no próximo ano. Sem a aprovação ainda de uma nova política de valorização do piso salarial, o valor da proposta considera apenas a correção pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) neste ano, sem alta real no salário.

“Eventuais novas regras de reajuste, que prevejam aumen­tos reais para o salário mínimo, serão oportunamente incorpo­radas ao cenário fiscal quando da elaboração da lei orçamen­tária anual”, esclareceu o Mi­nistério do Planejamento em nota à imprensa. Atualmente, o piso nacional é de R$ 1.302.

Porém, o governo Lula já anunciou um aumento para R$ 1.320 a partir de 1º de maio deste ano. Neste caso, o reajus­te será de 5,22%, acréscimo de R$ 69. O governo ainda traba­lha na construção de uma nova política federal de reajustes, que levará em conta a reposição in­flacionária e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

De acordo com o PLDO 2024, a previsão é de que o sa­lário mínimo será de R$ 1.435 em 2025, chegando a R$ 1.481 em 2026. A grade de parâmetros macroeconômicos do PLDO, divulgada pelo Ministério do Planejamento e Orçamento nes­ta sexta-feira, 14 de abril, prevê uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 em 2,34%.

O documento inclui a pre­visão de alta do PIB de 2,76% em 2025 e de 2,42% em 2026. O projeto estima uma inflação medida pelo Índice Nacio­nal de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,52% em 2024, 3,02% em 2025 e 3,00% em 2026. Já o INPC deve va­riar 3,30% em 2024, 3,14% em 2025 e 3,07% em 2026.

A projeção de taxa Selic média ficou em 11,08% no próximo ano, 9,44% em 2025 e 8,76% em 2026. O PLDO de 2024 projeta um câmbio médio a R$ 5,25 no próxi­mo ano; R$ 5,25 em 2025 e R$ 5,33 em 2026. O projeto estima ainda um crescimen­to da massa salarial nominal de 5,47% em 2024, 4,07% em 2025 e 3,82% em 2026.

O governo federal encami­nhou ao Congresso Nacional o texto do projeto de lei que dis­põe sobre as diretrizes para a elaboração e a execução da Lei Orçamentária de 2024. Edi­ção extra do Diário Oficial da União traz a mensagem presi­dencial informando o envio.

Conforme explicou a pró­pria ministra do Planejamento, Simone Tebet, na última terça­-feira (11), o PLDO de 2024 a ser entregue ao Congresso é condizente com a atual regra do teto de gastos, que impõe espaço zero para despesas discricionárias. Um anexo ao projeto deve trazer as despesas condicionadas à aprovação do novo arcabouço fiscal.

Em março, o salário míni­mo ideal necessário para su­prir as despesas de um traba­lhador e da família dele deveria ser de R$ 6.571,52, ou 5,05 vezes o piso nacional atual, de R$ 1.302. Em fevereiro, seria de R$ 6.547,58, ou 5,03 vezes o valor do piso. Em março do ano passado, quando o míni­mo era de R$ 1.212, seriam ne­cessários R$ 6.394,76, ou 5,28 vezes o piso.

Os dados têm por base o preço da cesta básica de São Paulo (SP), de R$ 782,23. É a cesta mais cara observada pela pesquisa mensal do Departa­mento Intersindical de Estatís­tica e Estudos Socioeconômi­cos, que envolve 17 capitais de Estados brasileiros.

O valor estimado pelo Die­ese bancaria as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdên­cia. O Dieese calcula que, no mês passado, mesmo com o reajuste de 7,43%, seriam ne­cessárias 112 horas e 53 minu­tos para que um trabalhador que recebe o mínimo legal pu­desse comprar o conjunto de itens da cesta básica e outros produtos e serviços.

Quando se compara o cus­to da cesta com o salário mí­nimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdên­cia Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprome­teu, em março, 55,47% do piso para comprar os alimentos bá­sicos para uma pessoa adulta. Em fevereiro, essa taxa era de 56,33% e, em março do ano passado, de 58,57%.

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