Começou nesta segunda-feira, 13 de julho, a inscrição de voluntários para a terceira fase de testes da vacina Coronavac contra o novo coronavírus, desenvolvida pela farmacêutica chinesa de biotecnologia Sinovac Life Science em parceria com o Instituto Butantan. Apenas profissionais de saúde que estejam na ativa podem participar do estudo.
O Centro de Saúde Escola da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – ligada à Universidade de São Paulo (FMRP/USP) –, na rua Cuiabá, no Sumarezinho, Zona Oeste, vai participar dos testes e ficará responsável por aplicar as doses nos voluntários selecionados na cidade e na região. O cadastramento nos centros de pesquisa participantes começa a partir desta terça-feira (14).
No dia 3, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a fase de testes clínicos. Na última quinta-feira (9), o governador João Doria (PSDB) anunciou que a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) também aprovou a realização dos testes. De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, até o fim do ano, a fábrica da Sinovac terá capacidade de produzir entre 300 e 500 milhões de doses.
O governo lançou uma plataforma digital para fazer triagem dos voluntários, que pode ser acessada pelo link www. saopaulo.sp.gov br/coronavirus/vacina. Além de ter registro em Saúde, os interessados devem ter mais de 18 anos, não apresentar doença associada, não ter sido contaminado por covid-19 e não participar de outros estudos clínicos. Mulheres grávidas ou que planejem engravidar nos próximos três meses não podem participar.
Também terão prioridade os voluntários que moram perto de um dos doze centros de pesquisa que conduzirão o projeto. “A China, neste momento, é o país que tem o maior número de vacinas para o coronavírus em estudo clínicos de fase dois ou três. São cinco vacinas. O Reino Unido tem duas. Os Estados Unidos, duas também”, explica Covas. “Eu realmente estou esperançoso.”
“No mundo, são 136 vacinas em desenvolvimento, doze em estudos clínicos e apenas três estão na terceira fase (de testes clínicos), incluindo a do Butantan Sinovac”, afirma Covas.“Então, a partir da aprovação da Anvisa, nós nos credenciamos como uma das três vacinas que têm grande chance de chegar ao público muito rapidamente”, emenda o diretor do Butantan, que também comanda o Hemocentro de Ribeirão Preto.
Segundo João Doria, após o recrutamento, a vacina deve começar a ser aplicada nos voluntários na próxima segunda-feira, 20 de julho. Em todo o Brasil, serão escolhidos nove mil voluntários distribuídos em São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal. De acordo com o governo estadual, o Instituto Butantan está adaptando uma fábrica para a produção da vacina.
A capacidade de produção é de até 100 milhões de doses. O acordo com o laboratório chinês prevê que, se a vacina for efetiva, o Brasil ficará com 60 milhões de doses para distribuição. A parceria havia sido anunciada no dia 11 de junho. Na ocasião, Doria disse que, se comprovada a eficácia e segurança da vacina, ela será disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de junho de 2021.
Se a vacina for aprovada, as primeiras 60 milhões de doses serão direcionadas aos profissionais de saúde e grupos de risco. “Os doze centros participantes também já tiveram os protocolos clínicos aprovados e agora iniciamos um processo de conscientização da sociedade e de informação das pessoas que poderão se voluntariar” diz Dimas Covas.