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Plano SP gera impasse na região

ALFREDO RISK/ARQUIVO

O rebaixamento dos 26 mu­nicípios da área de atuação do 13º Departamento Regional da Saúde (DRS XIII), da fase amarela para a laranja do Pla­no São Paulo, provocou um impasse entre Estado e as prefeituras, principalmen­te a de Ribeirão Preto. Pode ser apenas um jogo de cena por causa das eleições, mas, enquanto isso, comerciantes e prestadores de serviços vivem momentos de incerteza.

Nesta quarta-feira, 9 de setembro, o Palácio Rio Bran­co anunciou que o Comitê de Contingenciamento do Coro­navírus do Estado de São Pau­lo se comprometeu a revisar o pedido de revisão feito por Ri­beirão Preto, para que a cidade e os demais 25 municípios da área do DRS XII permaneçam na fase amarela, menos restri­tiva do que a laranja.

A decisão, segundo a pre­feitura de Ribeirão Preto, será anunciada no Palácio dos Ban­deirantes, sede do governo paulista, na capital, na próxima sexta- feira, dia 11 de setembro. A informação foi divulgada após reunião do prefeito Du­arte Nogueira (PSDB) e outros chefes de Executivo munici­pais da região com o secretario estadual de Desenvolvimento regional, Marco Vinholi.

Duarte Nogueira diz que não vai baixar novo decre­to restringindo as atividades comerciais, de prestação de serviços, de lazer e espor­tes, e até sexta-feira Ribeirão Preto vai permanecer na fase amarela do Plano São Paulo.

Porém, no final da tarde desta quarta-feira, o governo do Estado emitiu nota reba­tendo a postura do município.

Segundo o comunicado, as 26 cidades da área de abran­gência do DRS XII devem se­guir as regras da fase laranja. Mais: o comunicado não fala sobre a reavaliação de sexta­-feira (11) e diz que a nova classificação só vai acontecer em 18 de setembro, no final da próxima semana.

O governo estadual infor­ma que os dados apontados pelo Plano São Paulo em 4 de setembro, quando a região foi rebaixada da fase laranja para a amarela, constataram aumento no número de ca­sos e óbitos em relação aos 14 dias anteriores. “O Plano SP estabelece regra comum para os 645 municípios, que de­termina 14 dias de queda nos índices medidos para avanço de fase. As prefeituras devem respeitar o regramento esta­dual”, diz o comunicado.

A prefeitura diz que não vai mudar de fase enquanto não se esgotarem todos os recur­sos administrativos (revisão do Plano São Paulo) e judiciais (ações com pedido de liminar). Do outro lado, o Estado não informa qual a punição para o prefeito que desobedecer as regras. Afinal, os critérios que rebaixaram a região são os mesmos que levaram os 26 municípios a saltar direto da fase vermelha para a amarela.

Na reunião de ontem, foi entregue a Marco Vinholi – presidente estadual do PSDB e que esteve em Ribeirão Preto na última segunda-feira (7) para participar da conven­ção do partido que definiu Nogueira como candidato à reeleição – um documento assinado pelos prefeitos da re­gião. A fase laranja do Plano São Paulo é mais restritiva do que a amarela.

Mas permite o funciona­mento, com 20% da capaci­dade de público, do comér­cio de rua, shopping centers, escritórios em geral, imobi­liárias e concessionárias. O horário é limitado a quatro horas diárias, de segunda-fei­ra a sábado. Salões de beleza e de estética, academias, clubes, parques e quadras de esporte não podem atender. O aten­dimento presencial também é proibido em bares, restauran­tes, lanchonetes e similares.

Na fase amarela, todos es­tes locais citados podem abrir oito horas por dia, inclusive à noite, de domingo a segunda­-feira, desde que respeitan­do as medidas de prevenção ao coronavírus, como o uso obrigatório de máscara, dis­tanciamento e sem aglome­ração. Ribeirão Preto man­teve estes horários, já que o prefeito Duarte Nogueira não vai publicar novo decreto.

Segundo a nota da prefei­tura, na reunião, o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte No­gueira apresentou os índices que reforçam que a região da DRS XIII encontra-se na fase amarela. Nesta quarta-feira, o deputado estadual Léo Oli­veira (MDB) também divul­gou em suas redes sociais que entregou ao secretário de De­senvolvimento Regional uma solicitação para a recolocação da região na fase amarela.

Tribunal de Justiça já rejeitou liminar
Na terça-feira (8), o desembargador Jacob Vicente, do Tribunal de Justi­ça de São Paulo (TJ/SP), negou o pedido de liminar feito pela prefeitura de Ribeirão Preto para reconduzir a região à fase amarela do Plano São Paulo. Em nota, a administração diz que vai apresentar novos documen­tos e pedir reconsideração da decisão. Na decisão, o relator do mandado de segurança afirma que, apesar de entender que o Estado de São Paulo não pode adentrar na autonomia municipal sobre o enfrentamento da pandemia de covd-19, desde que fundada em índices epidemiológicos próprios justificadores, o colegiado do Tribunal de Justiça decidiu em sentido contrário em processos abso­lutamente semelhantes envolvendo os municípios de Bastos e Tupã. O principal argumento do governo municipal é o de que o cálculo feito pelo Estado considera a data do óbito, e não o início de sintomas da do­ença pelo paciente. E que este sistema prejudicaria a cidade e a região, mantendo-as na fase laranja apesar dos avanços feitos pela região no combate ao coronavírus. A prefeitura considera para efeitos de análise, as mortes ocorridas a partir do início dos sintomas da doença, método também criticado por parte da comunidade científica . Os indicadores da região são de 69,9% na taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva (faixa verde, abaixo do teto de 80%, mas estava em 64,9% há 14 dias), 22,7 de número de leitos de UTI por 100 mil habi­tantes (verde) e 0,92% de evolução das internações (amarela). Também tem 68,5 de internações por 100 mil habitantes (amarela) e 1,43% de evolução de casos (amarela). Mas o que pesou na decisão do governo Estado foi a evolução de mortes (1,48%, laranja) e o número óbitos por 100 mil moradores (10,1, laranja). Em 21 de agosto, os dados estavam em 1,28, com 5,1 óbitos para cada 100 mil moradores.

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