Tribuna Ribeirão
Política

Plano Diretor em votação no dia 10

O projeto de revisão do Plano Diretor de Ribeirão Preto, pro­tocolado na Câmara em 17 de outubro do ano passado, pode fi­nalmente ser levado à votação na próxima terça-feira, 10 de abril, como o Tribuna já havia anteci­pado. Três audiências públicas já foram realizadas pelo Legislativo, o período de 30 dias para apre­sentação de emendas por parte dos vereadores foi cumprido e o prazo para a entrega do parecer da Comissão de Justiça e Redação – a popular Comissão de Constitui­ção e Justiça (CCJ) – termina na próxima segunda-feira (9).

O presidente da CCJ, Isaac Antunes (PR), diz que a tendência é por um parecer favorável, o que permitiria a votação já na terça­-feira. O projeto precisa passar por duas etapas de votos e aprovação por maioria absoluta – 14 votos favoráveis dos 27 possíveis. O Tri­buna apurou, porém, que existem dois temas controversos – as Zo­nas Especiais de Interesse Social (Zeis) e a área de expansão urbana prevista na proposta.

Antunes pode apresentar emendas supressivas, retirando do projeto artigos considerados con­troversos – os parlamentares apre­sentaram 68 sugestões. Além de definir critérios para a preservação da Zona Leste, área de recarga do Aquifero Guarani, ao estabelecer a preservação de no mínimo 35% da área de novos empreendimen­tos na região, o projeto de revisão do Plano Diretor traz uma série de inovações na tentativa de incen­tivar e facilitar o lançamento de projetos habitacionais voltados às famílias de menor renda.

A área urbana de Ribeirão Pre­to pode crescer 51% com a apro­vação do projeto de lei de revisão do Plano Diretor. Atualmente, uma lei complementar de 2012 fixa a área urbanizada em 143,17 quilômetros quadrados e a área de expansão urbana em 254,17 km², totalizando 397,34 km² dos 650,91 km² do território do município. Basicamente, hoje a lei considera como perímetro urbano apenas a área interna ao Anel Viário.

Agora, com a revisão do Plano Diretor, o perímetro urbano au­menta para 277,60 km² e a área de expansão urbana cai para 147,30 km², totalizando 424,90 km² dos 650,91 km² do município. Ou seja, se pela lei de 2012 o perímetro ur­bano é apenas a área interna do Anel Viário, no novo projeto ela tem a configuração de um polígo­no, englobando as áreas já urbani­zadas existentes em todas as zonas do município.

Ao todo, serão revisadas ou elaboradas 15 leis complementa­res ao Plano Diretor. Doze delas deverão ficar prontas doze meses após a promulgação. As outras três, em dois anos: Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, Código Municipal do Meio Ambiente, Código de Obras, Plano Viário, Plano Municipal de Saneamento Básico, Plano de Gestão Integra­da dos Resíduos Sólidos, Código de Posturas Municipais, Plano de Macrodrenagem, Plano de Mobi­lidade Urbana, Plano Municipal de Turismo, Código Sanitário Mu­nicipal, Plano Local de Habitação de Interesse Social e Lei de Habita­ção de Interesse Social.

Outra novidade no projeto de revisão do Pano Diretor é a cria­ção das Zeis, áreas especiais cuja destinação deve contemplar a pro­dução de moradia voltada à popu­lação de baixa renda, estimulando mecanismos para as melhorias urbanísticas no local e entor­no, as recuperações ambientais e a regularização fundiária de assentamentos precários e irre­gulares, os incentivos a empre­endimentos de novas habitações de interesse social (HIS), garan­tindo- a dotação de equipamen­tos sociais, infraestrutura, áreas verdes e de comércio e serviços locais, necessários para a susten­tabilidade dos moradores da área.

De acordo com a proposta de revisão do Plano Diretor, a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo e/ou a Lei de Habitação de Interesse Social (HIS), que serão votadas em até dois anos, ou seja, ainda na atual administracão, vão estabelecer as regras para a política de utilização das Zeis como garan­tia de produção e oferta de habi­tação destinada à população de baixa renda. No caso das Zeis 1, o projeto localizou 5.146,82 hectares, 44% deles na Zona Leste (2.247,19 hectares). Já a área total das Zeis 2 é de apenas 1,8%, ou 94,65 hectares, a maior parte (61%) na Zona Oes­te (58 hectares).

Os empreendimentos pro­tocolados até a aprovação da referida lei que estão inseridos nas zonas demarcadas no Plano Diretor poderão continuar sua tramitação com base na legisla­ção em vigor. As regras definidas devem viabilizar a regularização fundiária dos assentamentos precários existentes, ao mesmo tempo em que devem facilitar a produção de moradias de inte­resse social, mediante padrões urbanísticos mais populares.

Zeis 1 – Áreas internas ao pe­rímetro urbano desocupadas, su­butilizadas ou então glebas ainda não parceladas, cujo entorno está servido de equipamentos e infra estrutura, com grande potencial para produção de habitação de in­teresse social.

Zeis 2 – Áreas ocupadas por comunidades em assentamen­tos precários e irregulares, com grande potencial de urbanização e produção de habitação de inte­resse social.

Construção Civil – Represen­tantes do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon) estiveram reunidos na manhã desta terça­-feira (3) como presidente da Câ­mara, Igor Oliveira (MDB), para tratar do projeto de revisão do Pla­no Diretor. O Tribuna apurou que estiveram na reunião José Batista Ferreira (diretor), João Theodoro Feres Sobrinho (diretor-adjunto) e Silvio Contart (diretor-adjunto).

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