As máquinas começam a chegar ao Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes, em Ribeirão Preto, para o início das obras de remodelação da pista. Os trabalhos vão começar efetivamente nesta sexta-feira, 28 de setembro, e serão realizados entre a 0h30 e as 4h45 para não interferir nas operações e na escala de voos – neste horário não há movimento da aviação comercial ou executiva.
As informações são do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) – autarquia vinculada à Secretaria de Logística e Transportes e administradora do Leite Lopes. Segundo nota enviada ao Tribuna, as obras contemplam a implantação de área de giro nas cabeceiras 18 e 36 (turnround), instalação de acostamento nas pistas de taxiamento de aeronaves e reforço na pista de táxi para acesso ao pátio.
Na segunda-feira (24) começou a movimentação de máquinas e a preparação para as obras, e na sexta-feira efetivamente começam os serviços, de acordo com o Notam (Informação aos Navegantes) emitido aos usuários. A empresa responsável pela intervenção é a Talude Construções, de Barueri, vencedora do certame em 13 de agosto ao apresentar o valor de R$ 3,945 milhões, desconto de R$ 255 mil e 6% abaixo do estimado em edital, de R$ 4,2 milhões. O prazo para execução das intervenções é de oito meses – 240 dias –a partir da emissão da ordem de serviço, assinada no dia 18.
O objetivo da intervenção é proporcionar mais segurança e flexibilidade às operações, facilitando as manobras dos aviões. Criada em 1967, a Talude realiza obras de terraplenagem, infraestrutura, pavimentação e edificações industriais, e já atuou no Rodoanel Mário Covas (SP-021), no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, e em unidades do Sesc em São Paulo.
Segundo o Daesp já informou, os projetos das principais intervenções devem ser finalizados até novembro e as obras principais, custeadas pela União, estão previstas para começar no ano que vem. A expectativa é de que o aeroporto fique pronto em 2021. O Estado vai investir, no total, R$ 8,8 milhões referentes à contrapartida na parceria com a Secretaria de Aviação Civil (SAC) da Presidência da República, projeto que totaliza R$ 88 milhões em investimentos, sobretudo no terminal de passageiros.
Em movimento de passageiros, o Leite Lopes é o quarto maior aeroporto de São Paulo, somente atrás dos de Guarulhos, Congonhas e Viracopos. O aeroporto de Ribeirão Preto foi habilitado para o transporte aéreo de carga internacional em 2002 e essa autorização está em vigência. Já o terminal de cargas construído pela Terminais Aduaneiros do Brasil (Tead Brasil) atende a todos os requisitos exigidos pela Receita Federal, Polícia Federal e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Assim, segundo o Daesp, o Leite Lopes estará apto a receber aviões cargueiros internacionais assim que a obra de ampliação e modernização estiver concluída, mas não haverá voos internacionais de passageiros. O pacote de obras contempla a ampliação e reforma do terminal de passageiros, que passará de quatro mil m² para 12 mil m², da seção contra incêndio, de 600 m² para 930 m², recapeamento dos sistemas de pistas de pouso e decolagem, ampliação em 30 mil m² do pátio de aeronaves e implantação de “turnaround” (área de giro de aeronaves) nas cabeceiras.
Inaugurado em 1939, atualmente o Leite Lopes opera voos da aviação geral (executiva) e regulares de empresas aéreas como Latam, Passaredo e Azul, que operam aeronaves como o Airbus A320, E195, E 190, ATR 72.
Segundo dados do Daesp, o movimento no Leite Lopes registrou alta em sete meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2017. Os dados mostram que passaram pelo terminal 513.253 passageiros até 31 de julho. No septimestre do ano passado foram 485.164. O aumento é de 5,8%, com mais 28.089 passageiros – a média de embarque e desembarque é de 73.321 pessoas por mês e de 2.421 por dia, 100 por hora.
No mesmo período de 2017, a mensal era de 69.309 e a diária, de 2.288 – ou 95 por hora. Os números colocam o Leite Lopes no primeiro lugar do ranking de movimentação entre os 20 aeroportos administrados pelo Daesp, sendo o quarto mais importante do estado, superado apenas pelos de Guarulhos (Cumbica), São Paulo (Congonhas) e Campinas (Viracopos).