Tribuna Ribeirão
Economia

PIS/Pasep tem R$ 17,3 bi para saque

Cerca de 23 milhões de pes­soas têm direito a sacar R$ 17,3 bilhões do fundo dos progra­mas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) até 28 de setembro, segundo o Ministério do Trabalho. Desde o fim do ano passado, quando o governo ampliou a liberação desses recursos como forma de impulsionar a economia, quase cinco milhões de cotistas já saca­ram R$ 6,6 bilhões.

Desde terça-feira da semana passada (14), todos os cotistas com menos de 60 anos que tra­balharam com carteira assinada entre 1971 e 1988 podem sacar o dinheiro. Só nesta semana, quando tiveram início os saques sem limite de idade, 1,3 milhão de trabalhadores resgataram R$ 1,2 bilhão. Somados os demais trabalhadores com mais de 60 anos, a ação tem potencial de injetar R$ 39,3 bilhões na eco­nomia e poderia reforçar o Pro­duto Interno Bruto (PIB) em até 0,55 ponto percentual, segundo o Ministério do Planejamento.

Na região Sudeste, de 11.497.579 beneficiários, 779.302 (ou 6,78%do total) haviam sacado R$ 587,97 mi­lhões até esta quinta-feira, 23 de agosto. Outras 10.718.277 têm R$ 8,08 bilhões a rece­ber. No Estado de São Paulo, de 6.008.054 beneficiários, 402.735 (ou 6,7%) retiraram R$ 300,78 milhões. Outros 5.605.319 deixaram R$ 4,18 bilhões nos bancos.

Estimativa do governo indi­ca que, na média, cada conta do PIS/Pasep registra valor médio de R$ 1 mil. Trabalhadores da iniciativa privada devem procu­rar a Caixa Econômica Federal. Já os servidores públicos preci­sam se dirigir ao Banco do Bra­sil. Os dois bancos já oferecem pela internet uma plataforma para verificar se o trabalhador tem recursos a receber.

Os fundos do PIS e do Pa­sep funcionaram de 1971 a 1988 e davam direito ao traba­lhador de receber o rendimen­to das cotas e sacar o dinhei­ro em caso de aposentadoria, doença grave ou ao completar 70 anos. A partir de outubro de 1988, após a promulgação da Constituição, a arrecadação do PIS/Pasep passou para o Fundo de Amparo ao Traba­lhador (FAT), que paga o se­guro-desemprego e abono sa­larial, e para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econô­mico e Social (BNDES), que faz empréstimos a empresas.

Em meio à mudança, muitos que tinham direito ao dinheiro não sacaram os recursos. Por isso, o governo tem ampliado o limite de idade e estipulado calendários para incentivar os saques e injetar dinheiro na eco­nomia. Até o dia 28 de setembro será possível sacar os recursos sem exigência de idade.

Após essa data, o benefício volta a ser concedido exclusiva­mente para o público habitual, formado por cotistas maiores de 60 anos, aposentados, pessoas em situação de invalidez (inclu­sive seus dependentes), pessoas acometidas por enfermidades específicas, participantes do Programa de Benefício de Pres­tação Continuada (BPC) e her­deiros de cotistas falecidos.

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