Um barzinho e uma dose de ciência formam uma ótima combinação desde 2016 em Ribeirão Preto. Com a pandemia de covid-19 e a necessidade de distanciamento social, essa dobradinha precisou ser transferida para outro lugar: o sofá de casa.
Por isso, neste ano, o festival internacional de divulgação científica Pint of Science trocou as mesas e balcões pelo YouTube para levar um cardápio recheado de ciência – mas com a descontração de sempre. A quinta edição começou na terça (8) e continua até esta quinta-feira, 10 de setembro.
No ano passado, no Brasil, 87 cidades de cinco regiões participaram, envolvendo cerca de 50 mil pessoas. Esse número transformou o país em recordista do festival em quantidade de municípios. Em Ribeirão Preto, os eventos serão transmitidos pelo canal do Instituto de Estudos Avançados Polo RP da Universidade de São Paulo (USP), sempre das 18h30 às 20 horas.
Não é necessário se inscrever e qualquer pessoa pode participar. A carta de temas nesta edição passa pela situação que vivemos atualmente. Professores e pesquisadores ligados à USP, ao Instituto Butantan e ao Espaço Ciência vão discutir a relação entre a degradação ambiental e o surgimento de doenças como a covid-19.
O desafio de formar professores que preparem os estudantes para o mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo em que vivemos, e a importância das vacinas para a saúde pública, que, embora seja algo comprovado cientificamente, ainda enfrenta a resistência de movimentos intitulados antivacina.
A organização local é feita por uma parceria entre o Centro de Terapia Celular, o Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto, o Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias e os projetos de divulgação científica Ilha do Conhecimento e Vidya Academics, todos ligados à USP local.
A programação completa e mais informações estão disponíveis no site http://pintofscience. com.br/events/ribeiraopreto. O Pint of Science começou em 2012, quando os pesquisadores do Imperial College London Michael Motskin e Praveen Paul organizaram um evento para que pacientes com Alzheimer, Parkinson, doenças neuromusculares e esclerose múltipla pudessem conhecer as pesquisas e os laboratórios em que os dois atuavam.
A ideia deu tão certo que os dois decidiram criar uma forma de tirar os pesquisadores de seus laboratórios e levá-los para conversar com o público. Surgia, assim, em maio de 2013, o Pint of Science. No Brasil, o festival foi realizado pela primeira vez em 2015, em São Carlos (SP), pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP.
A iniciativa caiu no gosto do público e rapidamente se espalhou. Só em 2019, 85 cidades em todas as regiões brasileiras sediaram as atividades. A organização envolve pessoas ligadas a universidades e institutos de pesquisa de todo o país, que trabalham voluntariamente para que o evento cresça a cada ano.