Concentração. Respiração. Centralização. Precisão. Controle. Fluidez. Esses são os seis princípios mais básicos do Pilates, atividade física que tem, cada vez mais, ganhado adesão dos brasileiros. E não é à toa não: a prática traz uma série de benefícios para o corpo, tanto física quanto mental. Entre eles, melhorias na postura, condicionamento físico, tonificação muscular, respiração, alongamento e relaxamento.
A fisioterapeuta Fernanda Affonso, professora de Pilates em Ribeirão Preto aponta esses benefícios. Ela explica que, nesta atividade física, cada pessoa recebe um tratamento diferente, com uma série de exercícios específicos para se adaptarem às suas necessidades.
Segundo Fernanda, cada professor olha com cuidado para as possíveis patologias, lesões ou mesmo para a forma física de cada aluno, e então o orienta a fazer exercícios que fortaleçam músculos que precisam ser trabalhados.
Os defensores do Pilates indicam as atividades para crianças, adolescentes, adultos e idosos; para pessoas com problemas neurológicos, com patologia de coluna ou nas articulações, entre outros perfis. As restrições são poucas. “Conseguimos trabalhar com todas as faixas etárias e todos os públicos, porque, como é um trabalho personalizado, montamos uma aula específica para cada pessoa, ou seja, visando atender o que cada um necessita”, explica a fisioterapeuta. A recomendação é que as crianças iniciem no Pilates a partir dos sete anos de idade, mas não há um limite depois disso.
Diferença entre Pilates e treinos tradicionais de academia
Pilates ou treinos tradicionais em academias: as duas atividades podem ser complementares, mas existem diferenças entre ambas. Isso porque, nos treinos tradicionais (repetições em aparelhos) de academia, os exercícios são concentrados em músculos específicos por vez. No Pilates, todo o corpo é trabalhado de uma só vez, o tempo inteiro. “Nós trabalhamos alongamento, mobilidade de coluna e fortalecimento. Então existe um equilíbrio corporal maior”, relata a fisioterapeuta Fernanda Affonso.
Além disso, na academia, geralmente os grupos musculares são exercitados por meio de pesos livres e aparelhos, e as pessoas procuram, na maioria das vezes, a hipertrofia muscular – aumento de massa. No Pilates, embora haja fortalecimento dos músculos, o resultado não é de hipertrofia, mas a tonificação.
“Outro benefício é que não há um impacto maior nas ligações, porque sempre usamos molas nos equipamentos, o que ajuda quem tem problema nas articulações ou alguma patologia na coluna”, explica a fisioterapeuta.
O nome Pilates é uma homenagem a seu criador, Joseph Pilates. Era um alemão filho de um ginasta e de uma naturopata – pessoa que prefere usar remédios naturais ao invés de sintéticos. Nasceu em 1883, e por isso sua vida adulta teve grandes turbulências relacionadas à Primeira Guerra e até a Segunda Guerra Mundial.
Na primeira, por exemplo, morando em Londres, acabou sendo preso em um campo de concentração inglês por causa de sua descendência alemã. E foi ali, na Ilha de Man, que desenvolveu os primeiros métodos do que viria a ser o Pilates. Seu primeiro estúdio foi erguido em Nova York em 1926, e era frequentado por inúmeros bailarinos.