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Piemonte

A região do Piemonte, na Itália, é linda e cheia de cidades, cas­telos, vinícolas, museus, que encantam o visitante. A sua geografia é pontuada pela existência de colinas que se sucedem. Ao contrá­rio da Toscana, onde estas colinas são suaves e se estendem por espaços ondulantes, as langhe como são chamadas no dialeto local são íngremes, altas e curtas, geralmente mostrando pequenas vilas no seu topo.

A área toda é tomada por videiras, sendo que o lado das langhe que recebem o sol da manhã se cobrem de parreiras de uva nebiollo e as de lado do sol da tarde, cobrem-se de videiras de uva barbera. As duas produzem ótimos vinhos, sendo que a nebiollo é mãe do Barolo, “il re dei vini e il vino dei re” (o rei dos vinhos e o vinho dos reis).

Para se curtir o Piemonte, nada como alugar um carro com apli­cativo e se perder pelas estradinhas charmosas, cheias de vilarejos, com tesouros visíveis ou surpresas ocultas. A infraestrutura turística é muito desenvolvida e um consórcio de produtores da região edita um livreto contendo todas as informações necessárias; atrações de cada comuna, horários de funcionamento e um guia perfeito das vinícolas, indicando o que ver, se há alimentação nas instalações, quanto custa a degustação e contatos para agendamento.

O Piemonte, por ter suas fronteiras com a França e a Suíça, sofreu grande influência do refinamento e charme desses países, traduzida nas artes das cidades, na gastronomia e na maneira de ser de seus habitantes. É o berço dos Savoia, família que comandaria a unificação da Itália e daria o primeiro rei da nova nação.

Entre as grandes atrações do Piemonte – Langhe, destacam-se o vinho e a trufa, além obviamente dos castelos, casario antigo e museus. O vinho mais famoso é o Barolo, produzido nos arredores da cidadezinha do mesmo nome. Forte, concentrado, aromático e delicioso não pode faltar na adega dos enófilos e expressa toda a pujança da uva nebiollo.

Desta mesma uva, temos o Barbaresco, cujo nome também de­riva de cidade homônima onde é produzido e que tem uma curiosa atração: uma de suas igrejas antigas foi dessacralizada e hoje serve de exposição dos produtores da região, com vinhos que ocupam o altar mor e que também podem ser degustados na antiga sacristia.

Retornando a Barolo, ao lado de seu Castelo Comunitário , há um museu único: o de saca-rolhas (Museo dei Cavatappi). Funda­do em 2006, em 19 ambientes muito elegantes, expõe 523 tipos do objeto, de vários tempos e de várias formas. O saca-rolhas teria sido inventado no século XVIII, por um inglês que patenteou sua inven­ção em 1795. Tratava-se um objeto em forma de T, uma manopla com um parafuso que tirava a rolha.

Na coleção do museu, veem-se manoplas dos mais variados esti­los: madeira, ferro, alumínio, osso, madrepérola, bronze, ouro, prata, tartaruga e pode-se verificar a evolução do pequeno objeto funda­mental aos amantes do vinho, desde os mais primitivos e originais até os sofisticados aparelhos de hoje.

A trufa branca é outra maravilha do Piemonte. Nascendo no subsolo, nas raízes do carvalho, não pode ser cultivada pelo homem, como os outros cogumelos. No outono, os caçadores de tartufi,como são chamados em italiano, utilizam seus cachorros para que, com seu faro, apontem onde se esconde o tesouro gastronômico.

Seu preço é alto e seu quilo gira em redor 1.000 Euros. Trufas maiores chegam a valer fortunas. Os tartufibianchi e neri dão um sabor e um aroma divinos à comida, sendo as brancas as mais pro­curadas. A cidade de Alba tem um interessante museu que conta a história desta preciosidade, fundamental para a gastronomia.

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