Tribuna Ribeirão
Economia

PIB sobe 1,2% no primeiro trimestre

© Reuters/Paulo Whitaker/Direitos Reservados

O Produto Interno Bruto (PIB) – a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil – cresceu 1,2%, no primeiro trimestre deste ano, na com­paração com os últimos três meses do ano passado. É o terceiro resultado positivo, depois dos recuos de 2,2% no primeiro e de 9,2% no segun­do trimestres de 2020, quan­do a economia recuou 4,1%, atingida pela pandemia da covid-19.

Em valores correntes, o PIB chegou a R$ 2,048 tri­lhões. Os dados são do Sis­tema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgados nesta terça-feira, 1º de junho, pelo Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE). Com a alta de 1,2% no pri­meiro trimestre, embora ainda esteja 3,1% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, alcança­do no primeiro trimestre de 2014, o PIB retornou ao pa­tamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia.

Os resultados positivos na agropecuária (5,7%), na indús­tria (0,7%) e nos serviços (0,4%) contribuíram para a expansão da economia brasileira. A coor­denadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, obser­vou que esse crescimento ocor­reu apesar da evolução da pan­demia no país, “Mesmo com a segunda onda da pandemia de covid-19, o PIB cresceu no pri­meiro trimestre, já que, diferente do ano passado, não houve tan­tas restrições que impediram o funcionamento das atividades econômicas no país”, diz.

Agropecuária
Segundo o IBGE, a alta na agropecuária, foi favore­cida pela melhora na produ­tividade e no desempenho de alguns produtos, sobretudo, a soja, que tem maior peso na lavoura brasileira e previsão de safra recorde este ano.

Indústria
O avanço das indústrias extrativas (3,2%) ajudou a atividade industrial, que também registrou crescimen­to na construção (2,1%) e na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,9%). O único resultado negativo ficou nas indústrias de trans­formação (-0,5%).

Serviços
De acordo com o IBGE, os resultados positivos nos serviços, que contribuem com 73% do PIB, ocorre­ram em transporte, arma­zenagem e correio (3,6%), intermediação financeira e seguros (1,7%), informação e comunicação (1,4%), comér­cio (1,2%) e atividades imo­biliárias (1,0%). Outros ser­viços ficaram estáveis (0,1%).

Rebeca Palis afirma que a única variação negativa ocor­reu em administração, saúde e educação pública (-0,6%). “Não está havendo muitos con­cursos para o preenchimento de vagas e trabalhadores estão se aposentam, reduzindo a ocupação do setor. Isso afeta a contribuição da atividade para o valor adicionado”, ressalta.

Consumo
A pandemia influenciou a estabilidade no consumo das famílias que caiu 0,1% no pri­meiro trimestre deste ano, se comparado ao quarto trimes­tre. No consumo do governo houve recuo de 0,8%. Segundo a coordenadora, o aumento da inflação pesou principalmente no consumo de alimentos, ao longo do período.

“O mercado de trabalho ficou desaquecido. Houve ainda redução significativa nos pagamentos dos progra­mas do governo às famílias, como o auxílio emergencial”, diz, acrescentando, que, por outro lado, ocorreu aumento no crédito para pessoas físi­cas. Os investimentos – for­mação bruta de capital fixo – avançaram 4,6%.

Contribuíram para isso, o aumento na produção in­terna de bens de capital e no desenvolvimento de softwa­res, a alta na construção e os impactos do Repetro, regime aduaneiro especial que per­mite ao setor de petróleo e gás adquirir bens de capital sem pagar tributos federais. Em relação ao quarto trimes­tre de 2020, a balança comer­cial brasileira registrou alta de 3,7% nas exportações de bens e serviços e crescimento de 11,6% nas importações.

Anual
Na comparação anual, no primeiro trimestre, o PIB cresceu 1%, com alta de 5,2% na agropecuária e de 3% na indústria. Os serviços, no en­tanto, tiveram queda de 0,8%. O motivo, para a coordenado­ra, é o perfil dos serviços, que em maioria é feito de manei­ra presencial. Nas despesas, houve destaque para os in­vestimentos, com alta de 17%, sendo a maior taxa desde o segundo trimestre de 2010.

O consumo das famílias registrou queda de 1,7%. A explicação, segundo o IBGE, foram o aumento da inflação e os reflexos da pandemia, que afetaram negativamente o mercado de trabalho, re­duzindo o número de ocu­pações e a massa salarial real. O consumo do governo também apresentou recuo (-4,9%). Ainda na compara­ção anual, as exportações su­biram 0,8% e as importações 7,7% em relação ao terceiro trimestre de 2020.

Postagens relacionadas

Emprego dá sinais de recuperação

Redação 1

Moagem de cana bate novo recorde

William Teodoro

COHAB – ‘Refis’ atrai 506 mutuários

Redação 1

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com