O Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – brasileiro registrou alta de 0,8% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto do ano passado, informou na manhã desta terça-feira, 4 de junho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB avançou 2,5% entre janeiro e março deste ano. Ainda de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o PIB dos primeiros três meses de 2024 totalizou R$ 2,7 trilhões.
O PIB da agropecuária subiu 11,3% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto de 2023, segundo os resultados das Contas Nacionais Trimestrais. Na comparação com os primeiros três meses do ano passado, o Produto Interno Bruto do setor mostrou queda de 3%.
O PIB de serviços subiu 1,4% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto de 2023. Na comparação com o mesmo período do ano passado, avançou 3%. Já o da indústria caiu 0,1% entre janeiro e março este ano ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com os primeiros três meses do exercício do anterior, subiu 2,8%.
O consumo das famílias subiu 1,5% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto do ano passado. Na comparação com o mesmo período de 2023, cresceu 4,4%. O consumo do governo, por sua vez, ficou estável (0,0) no primeiro trimestre de 2024 em relação ao anterior. Na comparação com os primeiros três meses de 2023, subiu 2,6%.
A taxa de poupança ficou em 16,2% do PIB no primeiro trimestre de 2024. Já a taxa de investimento ficou em 16,9%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 4,1% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023. Na comparação com o mesmo período de 2023, a FBCF mostrou alta de 2,7%. Segundo o instituto, a taxa de investimento (FBCF/PIB) do primeiro trimestre de 2024 ficou em 16,9%.
As exportações cresceram 0,2% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto do ano passado. Na comparação com o mesmo período de 2023, as vendas externas mostraram alta de 6,5%. As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, subiram 6,5% entre janeiro e março ante o trimestre anterior.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, as importações mostraram alta de 10,2%. A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações porcentuais divulgadas dizem respeito ao volume.
Já na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços. O avanço de 0,8% no Produto Interno Bruto no primeiro trimestre do ano em relação ao anterior fez a atividade econômica subir a patamar recorde dentro da série histórica iniciada em 1996 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Pelo lado da demanda, o desempenho foi impulsionado pelo consumo das famílias, que também alcançou novo ápice no primeiro trimestre de 2024. O consumo do governo, apesar da estabilidade ante o trimestre anterior, também operava no maior nível da série. A Formação Bruta de Capital Fixo (medida dos investimentos do PIB) está 15,1% abaixo do pico alcançado no segundo trimestre de 2013.
Sob a ótica da oferta, o PIB de serviços subiu a novo ápice no primeiro trimestre deste ano. Já o PIB da indústria está 7,2% abaixo do pico alcançado no terceiro trimestre de 2013, prejudicado pela indústria de transformação, que opera em patamar 17,8% aquém do pico alcançado no terceiro trimestre de 2008.
A alta de 1,4% do setor de serviços no primeiro trimestre em relação ao anterior foi a mais acentuada desde o quarto trimestre de 2020, quando os serviços avançaram 3,1% na comparação com o trimestre anterior, informou o IBGE.
Outro destaque da divulgação dos números do PIB foi o crescimento da agropecuária na margem, uma alta de 11,3%, que foi a mais acentuada desde o primeiro trimestre de 2023. Já a queda de 0,1% no PIB Industrial do primeiro trimestre do ano na comparação com os últimos três meses de 2023 foi a primeira taxa negativa para a indústria nacional desde o quarto trimestre de 2022.
Ainda nesse tipo de comparação, houve alta de 1,5% no Consumo das Famílias, a taxa mais acentuada desde o segundo trimestre de 2022, quando houve alta de 2%. Também chamou atenção a alta de 6,5% nas importações no primeiro trimestre ante o período imediatamente anterior, a taxa mais elevada desde o primeiro trimestre de 2021, quando cresceram 12%
Revisões – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou o Produto Interno Bruto do quarto trimestre de 2023 ante o terceiro, que passou de 0,0% (estabilidade) para queda de 0,1%. Também revisou a taxa do PIB do terceiro trimestre do ano passado ante o segundo, que também passou de estabilidade (0,0) para alta de 0,1%.
O mesmo aconteceu com o valor antes divulgado para o PIB do segundo trimestre de 2023 ante o primeiro do ano passado, que foi alterado de alta de 0,8% para alta de 0,9%. Por fim, o IBGE também alterou o PIB do primeiro trimestre de 2023 ante o quatro de 2022, com revisão do então crescimento de 1,3% para alta de 1,2%.