Tribuna Ribeirão
Economia

PIB per capita fica em R$ 32,4 mil

AGÊNCIA BRASIL

Crescendo 1,1%, como apontam as previsões, o Produ­to Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2018 permanecerá no mes­mo patamar de sete anos antes, ainda inferior ao desempenho obtido em 2012. Se levada em consideração a geração de ri­queza por habitante, o PIB per capita mostra um cenário ainda pior, com desempenho inferior ao de 2010, segundo dados de­sagregados do Monitor do PIB apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Ge­túlio Vargas (Ibre/FGV).

O PIB per capita deve encer­rar 2018 em R$ 32.443, a valores de 2018, ante os R$ 33.923 regis­trados oito anos antes. O mau desempenho explica-se pelo fato de a atividade econômica não ter acompanhado o cresci­mento populacional no período. “O PIB diminuiu, e a população ainda cresceu. Então soman­do os dois a situação fica ainda pior”, explica Juliana Cunha, analista do Núcleo de Contas Nacionais do Ibre/FGV.

Os dados mostram que a atividade econômica está muito distante de recuperar o que foi perdido durante a crise, ressal­ta Claudio Considera, coorde­nador do Monitor do PIB. Se confirmado o crescimento de 1,1% em 2018, o PIB ainda pre­cisará avançar 5% para retornar ao pico alcançado em 2014. O Instituto de Pesquisa Econômi­ca Aplicada (Ipea) previa uma alta de 1,3% no PIB de 2018, mas admite que o resultado deve ficar aquém do estimado, entre 1,1% ou 1,2%. O resulta­do oficial será divulgado nesta quinta-feira, 28 de fevereiro, pelo Instituto Brasileiro de Ge­ografia e Estatística (IBGE).

As estimativas para o de­sempenho econômico do ano passado foram prejudicadas pela greve de caminhoneiros e pelo cenário de incertezas ele­vadas por causa do ambiente eleitoral e, consequentemente, sobre os rumos da política fis­cal, argumenta José Ronaldo de Castro Souza Júnior, dire­tor de Estudos e Políticas Ma­croeconômicas do Ipea.

“O cenário agora vai depen­der do calendário da reforma da Previdência. Boa parte dos in­vestimentos está esperando ain­da essa parte da política fiscal”, frisa Souza Júnior. Em Ribeirão Preto, segundo a Fundação Es­tadual Sistema de Análise de Da­dos (Seade), em 2010, quando a cidade tinha 590.593 habitantes, de acordo com o IBGE, o PIB per capita era de R$ 30.278. Em 2016, com 674.405 moradores, era de R$ 45.789. O crescimento foi de 51,2%, em sete anos, apor­te de R$ 15.511.

Dificuldades
O Ipea projeta para este ano um avanço de 2,7%, mas acredi­ta que o PIB volte ao pico ape­nas no ano seguinte, em 2020. “A economia está enfrentando mais dificuldade para voltar ao patamar anterior ao da recessão. Nas recessões anteriores, essa saída foi mais rápida. Desta vez, já se passaram 18 trimestres e (a economia) ainda não chegou lá”, lembra Claudio Considera.

O economista lembra que, na recessão de 1981, a economia recuperou a capacidade produti­va que detinha no primeiro tri­mestre da recessão após 13 tri­mestres. Na recessão de 1989, a atividade econômica recuperou o nível do PIB que tinha antes da crise em 16 trimestres. A última recessão teve início no segun­do trimestre de 2014, segundo o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da FGV.

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