O Lar Padre Euclides, um dos principais asilos de Ribeirão Preto, instalou uma pia com água e sabão líquido na calçada para que moradores em situação de rua possam se higienizar e reduzir os riscos de contágio do novo coronavírus. Segundo o presidente Nei Martins, voluntário há 26 anos, também foi instalada uma tenda para evitar que as pessoas fiquem expostas aos raios solares.
Além disso, também há no local um bebedouro de água mineral com copos descartáveis e cesto para descarte do lixo. A pia e o sabão permanecem 24 horas na fachada do lar Padre Euclides, mas a tenda, o bebedouro e os restante do material são disponibilizados todos os dias a partir das 7h30 e recolhidos por volta das 17 horas.
“Á própria população vulnerável mantém o local limpo. Eles usam e lavam a pia para que não fique suja para o próximo morador em situaçaõ de rua”, diz Martins. O asilo abriga atualmente 48 idosos, que estão em isolamento social por pertenceram ao grupo de risco da covid-19. “O Lar Padre Euclides vive de doações e esta foi uma forma de agradecer a população pela colaboração”, emenda o presidente.
O asilo continua a receber doações, e no momento precisa de copos descartáveis, além de outros produtos essenciais, como alimentos. “Para quem quiser colaborar, montamos um sistema na porta do lar para receber os produtos, com álcool gel, máscaras, luvas e segundo das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, explica Martins.
A estátua de Padre Euclides também ganhou máscara. O lar fica na avenida Saudade 1.577, nos Campos Elíseos, na Zona Norte, uma região que acolhe várias pessoas vulneráveis. Perto dali, próximo à ponte sobre o córrego do Tanquinho, na divisa com a Vila Mariana, onde começa a avenida Brasil, há concentração de andarilhos. O local virou ponto de encontro de aproximadamente 20 moradores em situação de rua que dormem debaixo das marquises dos imóveis.
Recente levantamento divulgado pela prefeitura de Ribeirão Preto, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social e em parceria com o Instituto Limite, aponta que 11.618 atendimentos a pessoas em situação de rua foram realizados no período de junho de 2017 a dezembro de 2019 – dois anos e meio ou 30 meses.
Os números representam um total de 7.179 usuários cadastrados no Serviço de Abordagem Social (Seas) e 4.439 reabordagens de acompanhamento realizadas. A estimativa, segundo o documento, é de que existam na cidade cerca de mil pessoas em situação de rua de origem local – 982, ou 13,6% dos 7.179 cadastrados. Dentre os 982 ribeirão-pretanos, 846 são homens (86,15%) e 136 são mulheres (13,85%).