A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu na quarta-feira (9) a condenação do ex-ministro e ex-deputado Geddel Vieira Lima a 80 anos de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ela também pediu a condenação do deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA) a 48 anos e seis meses de prisão, pelos mesmos crimes. Ele é irmão de Geddel e não conseguiu se reeleger nas últimas eleições.
O pedido foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nas alegações finais da ação penal relacionada aos R$ 51 milhões em espécie encontrados no apartamento de um amigo de Geddel em Salvador. Ele foi preso preventivamente em 8 setembro do ano passado, três dias após o dinheiro ser encontrado, e hoje está na penitenciaria da Papuda, no Distrito Federal.
A PGR pediu que seja mantida a prisão preventiva de Geddel até o julgamento do caso. As alegações finais são um dos últimos passos antes do julgamento, que deve ocorrer na Segunda Turma do STF, embora ainda não haja data marcada. No documento de 85 páginas, a PGR pede também a condenação do empresário Luiz Fernando Machado a 26 anos de prisão. Ele seria cúmplice dos irmãos Vieira Lima na lavagem de R$ 12,7 milhões, entre os anos de 2011 e 2016, por meio de sete contratos relativos a empreendimentos imobiliários.
A defesa havia alegado que os R$ 51 milhões integram o patrimônio legal da família, tendo como uma de suas origens a atividade agropecuária. Raquel Dodge rebate os argumentos, afirmando não ser plausível a guarda de quantia tão grande em espécie. A PGR pediu o perdão judicial do ex-secretário parlamentar Job Ribeiro de Brandão, que colaborou com as investigações.
Defesa
Em nota, o advogado Gamil Föppel disse que a “defesa de Geddel Quadros Vieira Lima e Lúcio Quadros Vieira Lima lamenta que o Ministério Público tenha ignorado todas as provas produzidas na instrução processual e ofereça alegações finais lastreadas em vazias afirmações não comprovadas durante a instrução processual e em elementos de prova marcados por flagrante ilicitude”. O texto acrescenta que em breve a defesa também apresentará suas alegações finais e que confia na imparcialidade do Judiciário e que a análise dos autos resultará na absolvição dos irmãos.