O ministro da Justiça, Torquato Jardim, determinou nesta sexta-feira, 8, que a Polícia Federal (PF) abra uma investigação sobre informações publicadas pela revista “Veja” que trazem indícios de que a empresa JBS possa ter tentado influenciar decisões do Poder Judiciário.
Jardim dá prosseguimento, desta forma, a um ofício que recebeu do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, nesta sexta-feira, pedindo a análise das declarações da reportagem que trata de documentos e conversas mantidas pela advogada Renata Gerusa Prado Araújo com, entre outras pessoas, o diretor jurídico do Grupo J&F e delator Francisco Carlos de Assis.
São citados nos diálogos da advogada os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Napoleão Maia, Mauro Campbell e João Otávio Noronha, além do próprio Gilmar Mendes.
Os conteúdos foram entregues às autoridades de investigação pelo ex-marido da advogada, Pedro Bettim Jacobi. No diálogo, a advogada e o diretor jurídico mencionam tráfico de influência e supostos “pagamentos em espécie” a três ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Um dos citados foi o próprio Gilmar Mendes, em um contexto no qual a advogada Renata Araújo conta a um marido ter recebido, assim que veio a público a delação da JBS, apelos de Dalide Corrêa, que já foi diretora do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), do qual o ministro do STF é sócio-fundador. A advogada Renata Araújo dá a entender que Dalide queria evitar a divulgação de algo supostamente comprometedor para ela e para o ministro.