Por: Adalberto Luque
A Polícia Federal, com apoio da Secretaria da Receita Federal, deflagrou, na manhã desta quarta-feira (9), a Operação Alcaçaria. A ação ocorre para o cumprimento de 62 mandados de busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva e três mandados de prisão temporária em nove estados do País.
Destes mandados, cinco de prisões preventivas e 18 de busca e apreensão estão sendo cumpridos na cidade de Franca, pelos agentes da Delegacia da Polícia Federal de Ribeirão Preto. Segundo a PF, a ação é realizada pelo órgão a partir da cidade de São Paulo e, além dos mandados de busca e prisão, foram decretados sequestros de bens imóveis e veículos e bloqueio de valores em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas alvos de investigação.
Os agentes ainda apreenderam grande quantidade de gado em propriedade rural ligada a um dos líderes da organização criminosa. A PF informou que, ao longo de três anos, os criminosos movimentaram em esquemas de fachada com sócios “laranjas” pelo menos R$ 1,2 bilhão. Os depósitos foram rastreados e foi constatado que eram feitos diariamente em agências bancárias de todo o País.
Parte dos recursos movimentados eram convertidos em criptoativos e enviados a carteiras operadas no exterior, onde eram convertidos em dólares para o pagamento de fornecedores de drogas e armas. Entre os gastos dos criminosos estão um imóvel de luxo em Itapema, no litoral catarinense e pagamentos de procedimentos cirúrgicos a estrangeiros em hospitais de alto custo em São Paulo.
A PF também apura a participação de diversas outras empresas de fachada e de doleiros, através das negociações com criptoativos. Simultaneamente à Operação Alcaçaria, está sendo realizada a Operação Privilege, pela Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado do Rio Grande do Sul (FICCO-RS). As duas operações têm quatro alvos e alguns locais de busca e apreensão em comum.
Os alvos da Operação Alcaçaria podem responder por organização criminosa, lavagem de capitais, evasão de divisas, operação de instituição financeira ilegal e uso de documento falso. A PF não divulgou informações sobre o total de presos ou suas identidades.