Por: Adalberto Luque
Um homem foi preso, na manhã desta sexta-feira (29), por suspeita de envolvimento com uma quadrilha que oferecia serviços de travessia ilegal para os Estados Unidos (EUA), através da fronteira com o México. A Operação Bordeless (sem fronteira, na livre tradução) foi deflagrada pela Polícia Federal em Ribeirão Preto após investigações para apurar o desaparecimento de um casal da cidade em 2021.
Daniel San Mourão Almeira e sua namorada Raiane Samira dos Santos, ambos de Ribeirão Preto, teriam contratado os serviços de uma quadrilha que prometia fazer a travessia da fronteira do México para os Estados Unidos em 2021, utilizando os serviços de um “coiote” (guia local que se encarregaria de ajudar os interessados em entrar ilegalmente nos EUA).
Segundo a Polícia Federal, as investigações indicaram que o casal teria tentado uma travessia marítima entre Tijuana, no México, e a cidade de San Diego, na Califórnia (EUA) no dia 12 de março de 2021. A PF apurou que, durante a travessia, o barco teria naufragado e o casal pode ter se afogado. Nenhum corpo foi encontrado, mas as famílias não receberam mais nenhuma mensagem dos jovens, desde então.
“Eles combinaram a quantia de US$ 42 mil, já tinham adiantado US$ 1,7 mil que eram para custear as passagens e estadia e embarcaram para o México. No dia da travessia ocorreu um acidente e houve um naufrágio. Por conta disso chegou essa informação dos Estados Unidos para a Polícia Federal do Brasil. As investigações se iniciaram. Foram feitas as diligências de quebra de sigilo e oitiva de algumas pessoas que já havia informações e foi daí que se descobriu todo o esquema”, revelou o delegado da PF Jackson Gonçalves.
“A investigação permitiu identificar o ‘coiote’ brasileiro contratado para operacionalizar a travessia, bem como outros investigados que atuam como interpostas pessoas (‘laranjas’), para depositar recursos da associação criminosa em suas contas bancárias e promover lavagem de dinheiro no Brasil”, informou a PF.
Durante a ação desta sexta-feira (29), foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão, nos estados de Goiás, Minas Gerais e Pará. A PF informou que associação criminosa e promover migração ilegal estão previstas no Código Penal, com penas entre três e oito anos, se somadas.