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PF quer ouvir Lúcio Funaro no inquérito dos Portos

Valter Campanato/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) de­verá ouvir o delator Lúcio Fu­naro no inquérito que apura se o presidente Michel Temer re­cebeu vantagens indevidas em troca de favorecimento a em­presas do setor portuário com a edição do Decreto dos Portos em maio de 2017.

A intenção, segundo o de­legado Cleyber Malta Lopes, é “explorar com melhores de­talhes as novas informações disponíveis, relacionados aos fatos investigados, a partir dos termos que constam” na delação premiada de Funaro. Essa foi uma das pendências listadas pelo delegado Cleyber Malta Lopes ao pedir na quin­ta-feira passada a prorrogação por 60 dias do prazo para a conclusão do inquérito,

O ministro Luís Rober­to Barroso, relator do caso no Supremo Tribunal Federal, autorizou novas diligências até manifestação da Procuradoria- Geral da República, mas ainda não se pronunciou sobre o pe­dido de prorrogação.

Embora o inquérito tenha sido aberto para apurar fatos relacionados à edição do De­creto dos Portos, a investiga­ção avançou sobre a atuação do grupo político de Temer para fatos anteriores ao decre­to, mas também relacionados ao setor portuário.

A inclusão do acordo de Fu­naro reforça essa nova linha de investigação. Em sua delação ele abordou fatos relacionados à edição da Medida Provisória 595/2013, conhecida como MP dos Portos e que tinha o depu­tado cassado Eduardo Cunha (MDB) “como o articulador”.

Na delação, Funaro apon­tou que o presidente Michel Temer tem negócios com a em­presa Rodrimar e teria influen­ciado diretamente a aprova­ção da MP 595/13, conhecida como Medida Provisória dos Portos, para defender interes­ses de grupos ligados a ele. A MP foi aprovada em maio de 2013. Funaro falou sobre uma possível comissão para políti­cos pela aprovação da MP, en­tre eles Temer, e citou também o grupo Libra e pelo menos um sócio do grupo.

Cleyber Malta Lopes afir­mou, ainda, que pretende usar o prazo adicional para anali­sar a relação da Argeplan, do coronel da reserva João Batis­ta Lima Filho, com a empre­sa Eliland do Brasil, que teve contrato com 10 anos com a empresa Rodrimar, também investigada. “Será possível colher novos elementos re­lacionados às empresas que surgiram recentemente na investigação, com indicativo de utilização interposta pela empresa Argeplan e seus só­cios, para intermediar contra­tos com empresas ligadas ao setor portuário, a exemplo da Eliland do Brasil.”

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