Tribuna Ribeirão
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PF mira navio grego por derramamento de óleo

Adema/Governo de Sergipe

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 1º de novembro, a Operação Mácula para apurar a origem e autoria do derrama­mento de óleo que atingiu mais de 250 praias de nove estados nordestinos. A ação cumpriu dois mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, na Lachmann Agência Marítima e da empresa Witt O Brien’s.

As companhias teriam re­lação com o navio mercante Bouboulina, de propriedade da Delta Tankers, que é apontado como a origem da mancha de óleo que atinge a costa nordes­tina. A Lachmann afirmou que não é alvo da investigação, ao passo que a Witt O Brien’s disse que “jamais” teve como cliente a empresa Delta Tankers, dona do navio Bouboulina. As ordens foram expedidas pela 14ª Vara Federal Criminal de Natal (RN).

Segundo o delegado Agosti­nho Cascardo, um dos respon­sáveis pela investigação no Rio Grande do Norte, as empresas que não são suspeitas em princípio, mas podem ter arquivos, infor­mações e dados que sejam úteis às investigações. Mais de 100 mega­bytes de informações foram apre­endidos durante as diligências.

De acordo com nota conjun­ta divulgada pelo Ministério da Defesa, pela Marinha e pela Po­lícia Federal, por meio de geoin­teligência a PF identificou uma imagem de satélite do dia 29 de julho relacionada a uma man­cha de óleo a 733,2 quilômetros (cerca de 395 milhas náuticas) a leste do estado da Paraíba. Se­gundo os órgãos, essa imagem foi comparada com imagens de datas anteriores, em que não fo­ram identificadas manchas.

Considerando que análises de laboratório haviam indicado que o óleo coletado nas praias do Nordeste, as investigações traba­lharam com dados de carga, por­tos de origem, rota de viagem e informações de armadores. “Dos 30 navios suspeitos, um navio tanque de bandeira grega encon­trava-se navegando na área de surgimento da mancha, na data considerada, transportando óleo cru proveniente do terminal de carregamento de petróleo San José, na Venezuela, com destino à África do Sul”, informa a nota.

O cruzamento das imagens de satélite com os outros dados apontaram esse navio como principal suspeito. Não está cla­ro, porém, se foi um derrama­mento acidental ou intencional, quais são as dimensões da man­cha original e qual é o volume de óleo derramado.

De acordo com dados do Centro Integrado de Seguran­ça Marítima (Cismar), o navio manteve seus sistemas de mo­nitoramento alimentados e não houve qualquer comunicação à Marinha sobre derramamento. Navios com os sistemas desli­gados, conhecidos como “dark ships”, também foram avaliados, mas não foram relacionados com a ocorrência após análise das imagens de satélite.

Com informações da Ma­rinha, a Diretoria de Inteli­gência Policial da PF concluiu que “não haveria indicações de outro navio que poderia ter vazado ou despejado óleo, pro­veniente da Venezuela”. O mes­mo navio ficou detido nos Es­tados Unidos por quatro dias, indicou a Marinha, devido à “incorreções de procedimen­tos operacionais no sistema de separação de água e óleo para descarga no mar”.

De acordo com a Polícia Fe­deral, a embarcação, de bandeira grega, atracou na Venezuela em 15 de julho, onde permaneceu no País por três dias. Depois seguiu rumo a Singapura, pelo oceano Atlântico, tendo aporta­do na África do Sul. O Boubou­lina tem capacidade para carre­gar 80 mil toneladas de Petróleo, segundo Cascardo.

Para os procuradores Cibe­le Benevides e Victor Mariz, “há fortes indícios de que a (empre­sa), o comandante e tripulação do Navio deixaram de comunicar às autoridades competentes acerca do vazamento/lançamento de pe­tróleo cru no Oceano Atlântico.” Eles classificaram as buscas como “necessárias e urgentes” para cole­tar documentos que auxiliem no esclarecimento dos fatos.

Segundo a PF, o navio grego está vinculado, inicialmente, à empresa de mesma nacionali­dade, mas ainda não há dados sobre a propriedade do petróleo transportado pelo navio identifi­cado, e por isso a necessidade de continuar a apuração. A Polícia Federal indicou ainda que solici­tou diligências em outros cinco países pelo canal da Interpol, a fim de obter dados adicionais sobre a embarcação, a tripulação e a em­presa responsável.

A PF informou que, parale­lamente, realiza exames periciais no material recolhido em todos os estados brasileiros atingidos, bem como exames em animais mortos, já havendo a constatação de asfixia por óleo, assim como a similaridade de origem entre as amostras. De acordo com a cor­poração, a operação foi deno­minada Mácula pois a palavra significa sujeira e impureza.

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