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PF indicia Palocci na ‘Bullish’

Foto: Agência Brasil

A PF concluiu ontem o re­latório da Operação Bullish, que apura irregularidades nos financiamentos do BNDES a empresas do grupo J&F. Foram indiciadas sete pessoas, entre as quais o ex-presidente do banco estatal Luciano Coutinho, os ex-ministros Antônio Palocci, Guido Mantega e o empresá­rio Joesley Batista. Na lista está também Victor Sandri, velho amigo de Mantega.

O relatório da Polícia Fede­ral indica que Guido Mantega teria recebido propina de Jo­esley Batista a fim de permitir que o J&F utilizasse verba do BNDES para comprar uma empresa argentina.

Segundo as investigações, Palocci também recebeu do empresário propina de R$ 2,5 milhões para “interceder junto às autoridades públi­cas” em favor dos interesses do grupo.
Em delação no ano passa­do, Joesley Batista afirmou que pagou para conseguir aportes e financiamentos do BNDES por meio do ex-ministro Mantega.

Em maio do ano passado, o BNDES criou uma comissão interna de apuração para inves­tigar as supostas fraudes.

Relatório da PF
O relatório aponta indí­cios de que Mantega teria recebido propina de Joesley Batista a fim de permitir que o grupo utilizasse verba do BNDES para comprar uma empresa argentina.

Para efetuar o pagamento, foram transferidos, segundo a PF, R$ 144 milhões para uma conta de Vitor Sandri no exterior. Sandri, suposto ope­rador de Mantega, teria repa­triado o dinheiro, pagando, em razão disso, uma multa de R$ 44 milhões.

Dos R$ 100 milhões res­tantes, parte teria sido repas­sada para o ex-ministro.

De acordo com a Polícia Federal, Mantega agia como um “agente duplo” dentro do BNDES, para “captar” financiamentos de interesse do grupo.

“O papel do ex-ministro Guido Mantega foi o de um verdadeiro agente duplo, pois, ao mesmo tempo em que era o ‘gerente de projeto’ da in­ternacionalização da empresa Friboi-JBS S/A, desde a con­cepção inicial do projeto, era também o responsável pela edição de atos e políticas go­vernamentais que garantiram a execução desse projeto”, afir­ma o relatório da PF.

Segundo as investigações, Palocci também recebeu de Joesley Batista propina de R$ 2,5 milhões – por meio da consultoria Projeto, de pro­priedade do ex-ministro – para “interceder junto às au­toridades públicas” em favor dos interesses do empresário.

Sobre o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho, a PF diz que ele “aceitou e as­sumiu a tarefa de encabeçar a instituição com o intuito de garantir a continuidade de um ciclo de retroalimentação de propinas, inaugurado na gestão de Guido Mantega à frente do BNDES”.

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