A Petrobras informou às distribuidoras que o preço da gasolina nas refinarias está 12% mais caro a partir desta quinta-feira, 21 de maio. É o terceiro aumento apenas neste mês, seguindo a recuperação do preço do petróleo no mercado internacional.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o aumento será de R$ 0,1350 por litro. O reajuste chega uma semana depois de a estatal elevar o preço da gasolina em 10%, na quinta-feira (14) – no dia 7, a petrolífera já havia corrigido o valor do combustível em 12%. O derivado de petróleo já acumula alta de 34% em 15 dias.
A medida agrada importadores e também o setor de etanol, que reivindica aumento no valor da gasolina para reduzir as perdas com as vendas observadas desde o início da pandemia, quando o combustível fóssil caiu cerca de 5% nos postos de abastecimento
Na terça-feira (19), a Petrobras elevou também o preço do diesel, em 8%, o primeiro aumento após o início da pandemia. Este reajuste passou a valer anteontem. Antes das correções desta semana, o diesel acumulava no ano queda de 44,1%, contra redução de 41,3% da gasolina, que já embute as duas primeiros altas de maio.
Depois de ter chegado a ser cotado abaixo dos US$ 20 o barril em meados de abril, o petróleo iniciou na semana passada uma escalada de alta, motivado pela volta de algumas economias, após meses de retração decorrente da pandemia do coronavírus. Nesta quarta-feira, o petróleo tipo Brent para os contratos de julho operava em alta de 2,91% há pouco, cotado a US$ 35,66 o barril.
Segundo o levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado em 108 cidades paulistas entre 10 e 16 de maio, a gasolina vendida em Ribeirão Preto custa menos de R$ 4. Em média, o litro é vendido a R$ 3,480, contra R$ 3,638 do período anterior, abatimento de R$ 0,158 e queda de 4,3%.
O preço médio do diesel é de R$ 2,780, ante R$ 3,137, do levantamento anterior, recuo de 11,4% e desconto de R$ 0,357. O diesel S10 é vendido por R$ 3,080, contra R$ 3,338 do período antecedente, retração de 7,7% e abatimento de R$ 0,258. O etanol ribeirão-pretano custa R$ 2,072, ante R$ 2,227 da pesquisa anterior, recuo de 6,9% e abatimento de R$ 0,155.
Segundo dados divulgados na sexta-feira (15) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq)/ USP), o preço do hidratado nas usinas paulistas passou de R$ 1,3825 para R$ 1,3931, aumento de 0,77% – já acumula 7% de alta em maio.
O preço do anidro – adicionado à gasolina em até 27% – também voltou a subir 0,55% e acumula alta de 1,27% em duas semanas. Agora, saltou de R$ 1,5339 para R$ 1,5424. Apesar das altas nas produtoras, os preços seguem com viés de baixa nas bombas dos mais de 150 postos de Ribeirão Preto.
O litro do etanol nos bandeirados e nos sem-bandeira custa, em média, R$ 2,20 (R$ 2,199) e R$ 1,98 (R$ 1,979), respectivamente. Já o preço da gasolina custa, em média, R$ 3,70 (R$ 3,698) nos franqueados e R$ 3,38 (R$ 3,379) nos independentes. O litro do diesel nos sem-bandeira é vendido a R$ 2,70 (R$ 2,699) e R$ 3 (R$ 2,999) nos bandeirados.
Considerando os valores médios da agência, de R$ 3,480 a gasolina e de R$ 2,072 para o derivado da cana, ainda é mais vantajoso abastecer com etanol, já que a paridade está em 59,5% – deixa de ser vantagem encher o tanque com o derivado da cana-de-açúcar a relação chega a 70%.