Tribuna Ribeirão
Ciência e Tecnologia

Pesquisadores encontram criaturas estranhas abaixo de mais de 800 metros de gelo

Uma equipe de exploradores da Pesquisa Britânica na Antártica, comandada pelo geólogo James Smith, encontrou acidentalmente algumas criaturas estranhas em uma rocha localizada abaixo de uma plataforma flutuante com mais de 800 metros de gelo.

A descoberta foi feita por acaso, já que a equipe estava buscando sedimentos do fundo do mar para conseguir estudar a história daquela plataforma. Para chegar até a rocha, foram usadas 20 toneladas de neve derretida, que criaram 20.000 litros de água quente, em um processo que levou 20 horas, já que o gelo foi derretido centímetro a centímetro.

As criaturas presentes na rocha são relativamente simples, mas é surpreendente que elas tenham estejam ali, já que a pedra fica a mais de 257km do local com luz solar mais próximo, que é a borda da plataforma, onde termina o gelo e começa o oceano aberto. Além de ser um local em que as fontes de alimentos não chegam com facilidade.

O que são e o que comem?

Por estarem em um local muito profundo e de difícil acesso, os pesquisadores ainda não conseguiram coletar espécimes destas criaturas, por conta disso, eles ainda não podem dizer com certeza o que elas são ou do que elas se alimentam. Mas, apenas que elas estão presas à rocha e não são criaturas móveis.

O biólogo Huw Griffiths, que também faz parte da Pesquisa Britânica na Antártica, especula que sejam esponjas que se alimentam de “neve marinha”, que são partículas residuais de cadáveres de animais que descem até grandes profundidades.

“Eles estão todos comendo a mesma fonte de alimento? Ou alguns deles estão obtendo nutrientes uns dos outros? Ou há mais animais móveis por aí fornecendo comida para esta comunidade”, questiona Griffiths. Porém, essas e outras perguntas só poderão ser respondidas caso uma nova expedição seja feita até o local.

Porém, podemos estar ficando sem tempo para isso, já que plataformas de gelo como a que fica por cima da rocha estão ficando raras por conta das mudanças climáticas. “Há um potencial de que algumas dessas grandes plataformas de gelo no futuro possam entrar em colapso e podemos perder um ecossistema único, lamenta o Griffiths.

Fonte: The Wired

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