Ribeirão Preto galgou oito degraus no “Ranking de Saneamento Básico das 100 Maiores Cidades 2019”. Passou do 21º lugar em 2016 para o 13º em 2017. A nota total – com avaliação que abrange abastecimento de água e tratamento de esgoto, rede instalada, desperdício, arrecadação, investimento e outros tópicos relacionados ao tema e que pode ser de no máximo 10 – subiu de 7.99 para 8.49 em um ano.
O levantamento de 2017 foi divulgado nesta terça-feira, 23 de julho, pelo Instituto Trata Brasil (ITB). O pior resultado dos últimos anos foi registrado em 2015, quando Ribeirão Preto ocupava a 22ª colocação (nota 7.97) – foi a oitava em 2014 (nota 8.74), a 15ª em 2013, 10ª em 2012, nona em 2011 e 13ª em 2010. O levantamento tem por base dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS) do ano em referência.
O estudo indica ainda que houve menos perdas tanto na distribuição quanto no faturamento do Departamento de Água e Esgotos (Daerp). De acordo com o estudo, a perda de água na distribuição, causada principalmente por vazamentos nas tubulações, que havia saltado de 15,89% em 2014 para 23,06% no ano subsequente, diferença de 7,17 ponto percentual (pp), chegou a 61,48% no último ano da gestão Dárcy Vera (então no PSD, hoje sem partido), intervalo de 38,42 pp, e em 2017 caiu para 59,36%, redução de 2,12 pp.
Mas o índice ainda é muito elevado – a meta do Daerp é reduzir em 50% até 2021, e terá um financiamento de R$ 115,46 milhões para investir no projeto, de um total de R$ 144 milhões. Neste quesito, a nota ficou em 0.13 em uma escala que vai até 0.5. Já as perdas no faturamento – resultado de ligações clandestinas e erros de medição –, que haviam crescido de 33,23% para 44,7% entre 2014 e 2015, um hiato de 11,47 pp, saltaram para 66,82% (ou 16,78 pp acima) em 2016 e agora caiu para 59,83%, recuo de 6,99 ponto percentual.
A cidade também tirou nota 0.13 neste quesito. O levantamento também considera a população da época, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2016, a cidade tinha 674.405 habiatntes e, em 2017, de 682.302 pessoas. Segundo o estudo, em 2016 o Daerp investiu apenas 12,08% do que arrecadou e tirou nota 0.26 – a pontuação máxima é 1, e em 2017 caiu para 10,77%, com 0.24 de pontuação
Em compensação, Ribeirão Preto obteve as notas máximas de 0.50 em atendimento total e urbano de água (100% nos dois casos) e de 1.25 para o esgoto (99,53% e 99,81%, respectivamente). O atendimento total de água era de 99,4% em 2016 o urbano de 99,7%. Já o de esgoto era de 98% e 98,28%, respectivamente. Também alcançou a pontuação máxima de 2.50 para o tratamento de esgoto do total produzido, com 90,24% (era de 89,23%), lembrando que os indicadores são de 2017 e que ocorreram avanços consideráveis. Nos indicadores de atendimento de instalação de novos pedidos de água e esgoto a cidade também apresenta índice de 100% de atendimento com nota máxima de 0.5.
O valor da tarifa média cobrada em 2015 era de R$ 2,58 por metro cúbico, contra R$ 2,23 do ano anterior, e em 2016 chegou a R$ 3,19, mesmo valor no levantamento de 2017. Na comparação com 2015, o aumento foi de 43% – aporte de R$ 0,96. Lançado desde 2009 pelo Instituto Trata Brasil, o novo “Ranking do Saneamento Básico” é publicado para chamar atenção dos preocupantes indicadores nas 100 maiores cidades do Brasil. Como destaque, Franca (com nota total de 9.82, contra 9.52 do anterior) tem, pelo quinto ano seguido, os melhores índices.
O “Ranking do Saneamento 2019” coloca Ribeirão Preto em sétimo lugar no Estado de São Paulo, ficando atrás de Franca, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Limeira. A cidade ficou à frente de 26 capitais brasileiras. Na área de coleta de esgoto, Ribeirão Preto está entre as 13 cidades que conseguiram a universalização, com índice de 99,81% de coleta, além de tratar 90,2% de todo o esgoto coletado.
Investimentos – Nos últimos dois anos, foram investidos cerca de R$ 200 milhões em saneamento básico em Ribeirão Preto. O superintendente do Daerp, Afonso Reis Duarte, destaca que 2017 foi um ano difícil para a autarquia, quando foi necessário tirá-la de uma situação deficitária para poder preparar os investimentos que estão sendo feitos. “Nós pegamos o Daerp em uma situação muito ruim e mesmo assim conseguimos melhorar a qualidade do serviço prestado. Até o final deste ano, a cidade irá alcançar a universalização do saneamento público. Tenho a certeza de que Ribeirão Preto aparecerá nos próximos anos entres as primeiras do país em saneamento básico”, afirma.