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Pesquisa mapeia projetos de formação de leitores e mostra falta de apoio

MARCELO CAMARGO/AG.BR.
Por Maria Fernanda Rodrigues

Os projetos de formação de leitores existem no Brasil, em sua maioria, graças ao esforço da sociedade civil, que usa seus próprios recursos financeiros e humanos para dar andamento às suas ações, aponta a pesquisa O Brasil Que Lê, feita pelo Instituto Interdisciplinar de Leitura (iiLer) e pela Cátedra Unesco de Leitura da PUC-Rio, em conjunto com o Itaú Cultural e com a consultoria da JCastilho.

Os resultados foram apresentados ontem, 3, quando os pesquisadores envolvidos em sua realização destacaram a ausência de investimento por parte do governo federal nessas e em outras iniciativas e alertaram para a necessidade de criar e fortalecer políticas públicas nesta área.

“Mas isso não significa que o Brasil está parado e que os eixos do Plano Nacional do Livro e Leitura e os valores desse pacto social que remonta a 2006 não estejam acontecendo”, comenta José Castilho Marques Neto, professor e consultor especializado na questão do livro e da leitura. “Pesquisas como essa e a Retratos da Leitura vêm corroborar essa tese de que a sociedade civil brasileira e as instituições e poderes locais continuam atentos à questão. A grande lição é constatar que nada sairá do atual governo, mas que o Brasil não parou. O Brasil ainda quer ler mais”, completa.

Idealizada em 2019 e realizada em 2020, de forma remota por causa da pandemia da covid-19, a pesquisa teve o objetivo de mapear as iniciativas em prol da leitura, traçar o perfil dos mediadores de leitura, conhecer sua sustentabilidade e identificar as tecnologias usadas, sua origem e o público a que se destinam. Ao todo, 997 formulários foram preenchidos, mas no fim foram identificados 382 projetos.

A pesquisa foi coordenada por Denise Ramalho, feita por uma equipe multidisciplinar formada por mulheres e mostrou que pelo menos 74% dos projetos identificados são liderados por mulheres. Entre os mediadores, 60,2% são professores; 53,1%, contadores de histórias; 42,4% fazem mediação em eventos culturais; e 31,4% são bibliotecários. Quase a metade, 44,7%, atua voluntariamente e 39% utilizam recursos próprios para levar adiante os seus projetos. Na pandemia, o País ganhou 16 novas iniciativas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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