Um estudo publicado no jornal científico European Heart Journal aponta que pessoas que vão dormir entre às 22h e 23h possuem menos chances de desenvolverem doenças cardiovasculares. A pesquisa afirma ainda que pessoas que vão dormir mais tarde que este horário estão mais propensas a enfrentar problemas como infarto, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC).
O risco para as doenças cardiovasculares está ligado ao contato com a luz da manhã, que é conhecida por “reiniciar” o relógio biológico. No entanto, os responsáveis pelo estudo reforçam que ainda é necessário aprofundar a pesquisa para avaliar possíveis variáveis.
Os pesquisadores analisaram o hábito do sono de mais de 88 mil voluntários durante sete dias. Os participantes tiveram os horários do início do sono e do despertar avaliados, além de terem seus movimentos durante a noite acompanhados por um acelerômetro.
Durante quase seis anos de pesquisa, foi possível constatar que 3,6% dos participantes desenvolveram doenças cardiovasculares e a maior incidência estava naqueles dormiam próximo ou depois da meia-noite, enquanto a menor estava nos que dormiam entre às 22h e 22h59.
De acordo com o estudo, indivíduos que dormem próximo ou depois das 0h possuem um risco 25% maior de desenvolver doenças cardiovasculares, enquanto os que pegam no sono antes das 22h possuem um risco 24% maior, já aqueles que iam para cama entre às 23h e 23h59 registraram um risco 12% maior.
Os pesquisadores ainda relataram que os maiores índices de risco foram encontrados em mulheres, provavelmente por uma diferença no sistema endócrino que responde a uma interrupção no ritmo circadiano de maneira diferente.
A neurologista pesquisadora do Instituto do Dono, Dalva Poyares, afirmou que dormir entre 22h e 23h pode estar ligado com uma maior regularidade do sono, enquanto os que dormem mais cedo ou mais tarde perdem certos hábitos.
“Esse desalinhamento de comportamentos, bem como a variabilidade nos horários de dormir e acordar, aumentam a inflamação no organismo, e podem prejudicar a regulação da glicose. O que pode também contribuir para o risco de doenças cardiovasculares”, explica.
Poyares ainda ressalta que os pesquisadores não levaram em questão problemas genéticos, que podem ser os maiores causadores de doenças cardiovasculares.
Via Olhardigital