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Período de seca vai até quando?

Com poucos dias de chuva, o inverno deste ano foi um dos mais secos da história de Ribeirão Pre­to – a Lagoa do Saibro, na Zona Leste, área de recarga do Aquífero Guarani, está seca. O resultado é a baixa umidade do ar registrada no período. Porém, com menos de um mês para a chegada primave­ra, as previsões são boas.

Para o agrometeorologista Glauco Cortez, o período de seca é normal em Ribeirão Preto pelo clima tropical da cidade. “Essa ele­vação da temperatura, com baixa umidade e períodos de seca são característicos de nossa região. Há anos com inverno mais chuvoso e outros com inverno mais seco. Alguns com temperatura média mais amena e outros com tempe­raturas mais altas”, explica.

A variação do clima, segundo Cortez, tem relação com o sistema climático do mundo. Uma expli­cação para a falta de chuva é a pre­sença de uma massa de ar quente forte, predominante no Centro- Sul do país, que impede a entrada de frentes frias, levando as chuvas para o lado Leste dos Estados. Ele explica que a primavera e o verão, costumeiramente, têm fortes chu­vas, o que pode compensar a estia­gem atual.

“Normalmente, as chuvas do período de primavera e verão fazem uma compensação mui­to boa desse período de seca. No mês de julho, a quantidade de precipitação média normal é de cerca de 20 mm, enquanto que o mês de janeiro tem média normal de 280 mm. Em 2017, foi zero em julho e 365mm em janeiro. É possível ver que tem uma compensação ao longo do ano, que em média tem 1.420 mm/ano” diz o especialista.

Mesmo com fortes mudanças climáticas, o agrometeorologista acredita que não se pode julgar o período de elevadas temperaturas apenas por um único fato. “Isso é uma variação que tem relação com todo sistema climático mun­dial, sendo, em parte previsível, devido a fatores macroclimáticos como o El Niño e a La Niña. É muito difícil isolar o efeito de um único fator nas características cli­máticas, assim, o resultado é um conjunto no qual, em alguns anos, um fator tem maior influência, enquanto que em outros existe uma alteração”, comenta Cortez.

As culturas em volta da cidade
Mesmo com o clima dividido entre períodos de seca e outros com muita chuva, a região de Ribeirão é uma das maiores pro­dutoras do setor agrícola. Inicial­mente, pelo reinado do café; atu­almente, com a cana-de-açúcar. Tanto o solo quanto o clima da região são propícios para a agri­cultura. Segundo o agrometeoro­logista, as árvores frutíferas são as culturas que menos sentem falta de água, o que propicia seu plantio em regiões como Ribeirão.

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