Coordenador da pré-campanha do ex-governador paulista Geraldo Alckmin à Presidência da República, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo sugeriu nesta segunda-feira, 2, uma aliança com o MDB para que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles dispute a eleição como candidato a vice-presidente na chapa do tucano. À reportagem, Meirelles rejeitou a proposta e sugeriu que o PSDB pode apoiá-lo no segundo turno.
“O momento agora é de um líder democrático como o Alckmin e seu partido, PSDB, mais as lideranças políticas e um expressivo representante de mercado com vivência e experiência política como é Henrique Meirelles”, disse Perillo durante palestra a investidores do mercado financeiro na sede da XP Investimentos, em São Paulo.
A declaração foi o primeiro aceno explícito da campanha tucana a Meirelles e ao MDB depois da chegada de Perillo ao comando político da pré-campanha de Alckmin. O ex-governador paulista, porém, tem reiterado que não fará defesa do governo Michel Temer – um requisito do Planalto.
Perillo afirmou que um acordo entre Alckmin e Meirelles seria uma “inovação” e que ambos poderiam ser “os fiadores e comandantes de uma nova aliança que garanta desenvolvimento, crescimento econômico e o resgate do nosso Estado de Direito democrático”. Ele também avaliou que PSDB e PT devem retomar a polarização ao longo da campanha. Perillo citou também a aliança costurada em 2002 pelo ex-presidente Lula (PT) que levou o empresário José de Alencar à vice (PL, atual PR). O tucano disse que Lula conseguiu “acalmar os ânimos do mercado” e “comandar um voo seguro para uma rota de desenvolvimento que durou até 2010”
MDB
Meirelles ainda enfrenta resistências no MDB para se sagrar candidato ao Planalto. Ele tem feito um périplo a diretórios regionais do partido. Nesta terça-feira, a executiva do MDB se reúne em Brasília para discutir, oficialmente, a divisão dos recursos públicos do Fundo Eleitoral recebidos pela sigla – R$ 234 milhões. A cúpula do MDB trabalha com a previsão de que Meirelles poderá financiar a própria campanha. Os emedebistas dizem que não vão debater sobre a manutenção da pré-candidatura de Meirelles à Presidência da República.