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Pensando a trajetória teatral dos primórdios à atualidade

Pensando a trajetória teatral em seus primórdios, sabe-se que esta despontou na Grécia, aproximadamente no sécu­lo VI a.C, identificada a práticas religiosas e mágicas, bem como, mesclada a dança, a música e ao canto. Neste contexto, o culto a Dionisio, festividade com atores usando máscaras de bodes (daí canto de bode, em grego tragoidía), deu origem à tragédia, repleta de lamentos ao deus do vinho, até que, em 534 a.C, um espetáculo cênico foi introduzido nos festejos. Na sequência, nas Primaveras do século V a.C, procissões ostentado símbolos da fertilidade, em homenagem à renova­ção da natureza, deram origem à comédia (em grego, kômos sendo festa popular ou kómas, aldeia).

Festas populares que eram, ambas chegaram a serem leva­das para Roma, onde foram muito apreciadas, mas, compa­rativamente, num clamor menor que o original. Tal arrefeci­mento ocasionou caírem no esquecimento na Idade Média, só voltando à ribalta após o século XIII, por ocasião da encena­ção cômica das farsas (caricatural, humorística, acentuadora de gestos, vícios e hábitos particulares em cada indivíduo), mimes (teatro popular com uma abordagem vulgar e grossei­ra, apelando às paixões e gostos mais baixos) e arremedilhos (imitações, comumente de figuras públicas).

Passada a Renascença, eis que os trabalhos da Antiguidade Clássica foram redescobertos e reencenados, revivicando-se. Absorvendo as novas tendências dos séculos, o teatro che­gou à contemporaneidade mantendo-se como rica e atuante expressão artística. Já no Oriente, a atividade cênica iniciou-se mais tarde. Segundo especialistas, iniciou-se na Índia no século I da era Cristã; na China, no século VIII; e, no Japão, no século seguinte. Entretanto, especialistas ressalvam que, se considerado em suas formas embrionárias, estas podem ser localizadas até “dois mil anos antes de nossa era, sob forma de dança sagrada e de coreografia de corte”.

Definido como arte da representação, nele, sobre um palco e diante de um auditório, atores simulam viver personalida­des em um determinado conflito existencial. Arte visual por excelência, compartilha interesse com a ópera, a mímica, a coreografia, o circo, o cinema e o music-hall, bem como, com a interpretação de marionetes, cujo trabalho de voz e da ca­tegoria que caracteriza o personagem interpretado a tornam, também, uma forma de espetáculo.
Seu diálogo com o literário ocorre pela utilização sistemá­tica da linguagem como instrumento de comunicação, o que, para muitos estudiosos, lhe imprime um aspecto de ambi­güidade. Não obstante, é a característica pela qual o mesmo é pensado no contexto da teoria literária.

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