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Pedro II promove a limpeza de lustre

MASTRANGELO REINO/A2IMG

As apresentações do Theatro Pedro II, terceiro maior teatro de ópera do Brasil, terminaram em dezembro de 2018 e só voltam em 3 de fevereiro deste ano com o espetáculo “Queen Experien­ce In Concert”. Para a abertura da temporada de espetáculos, o espaço cultural, uma dos prin­cipais patrimônios materiais de Ribeirão Preto, recebe em janeiro os serviços de limpeza, manutenção e reparos de todo o prédio. A principal operação, porém, terá início às 9h30 des­ta segunda-feira, 28 de janei­ro, com a limpeza do lustre de cristal “Gota D’Água”, da artista nipo-brasileira Tomie Ohtake, instalado na cúpula do teatro.

Geralmente, a limpeza dura três dias. A obra de arte tem 2,70 metros e altura por 2,20 de largura, pesa cerca de 1,4 tone­lada, tem 26 lâminas de vidro e mais de 80 lâmpadas especiais. Desenhado pela artista To­mie Ohtake, o lustre de cristal “Gota D’Água” é coberto por uma cúpula de gesso estrutu­ral, com a fixação de lâmpa­das especiais que fazem suas luzes passar por entre os recor­tes, criando um efeito escultural único. O teatro fica na rua Álva­res Cabral nº 370, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto.

Descer a estrutura de mais de uma tonelada do teto ao chão costumava ser trabalho para seis funcionários. Eles movimenta­vam o objeto com ajuda de ca­bos de aço. Em 2014 a Fundação Dom Pedro II investiu R$ 40 mil em uma talha elétrica para “bai­xar” o lustre. Mesmo assim, para a limpeza e manutenção da obra é preciso todo o cuidado e uma operação que leva cerca de três dias, desde a retirada, limpeza e os restauros necessários até vol­tar para o teto.

Antes, as 80 lâmpadas que compõem a cúpula são testadas e trocadas. O objeto de 1,4 mil quilos é um dos símbolos da rei­nauguração do Theatro Pedro II, em 19 de junho de 1996, após fi­car 16 anos fechado devido a um incêndio em julho de 1980. Com a pausa dos espetáculos, a prefeitura de Ribeirão Preto realiza em janei­ro toda a manutenção do teatro, importante para a conservação do patrimônio da cidade, que é uma referência histórica cultural para a região e todo o país.

O Pedro II é tombado como Patrimônio Cultural pelo Con­selho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arqueológi­co e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) – vincu­lado à Secretaria de Estado da Cultura. Vai completar 90 anos em 8 de outubro de 2020. É um dos principais do Brasil, o tercei­ro maior de ópera do país. O te­atro foi construído entre 1928 e 1930 a pedido do advogado João Alves Meira Júnior, um dos fun­dadores da Cia. Cervejaria Pau­lista. Em 15 de julho de 1980, um incêndio destruiu a cober­tura, o forro do palco e grande parte do interior, incluindo-se o teto. A reconstrução só teve iní­cio mais de dez anos depois, em 1991, liderada pela construtora Jábali Aude. A reinauguração aconteceu em 1996.

“É muito gratificante saber que estamos contribuindo para preservação do Theatro Pedro II com a limpeza e manuten­ção do lustre concebido pela Tomie, importante artista que trouxe uma linguagem con­temporânea para este patri­mônio. Essa limpeza simboliza que o Theatro está pronto para o início da temporada”, diz Ma­riana Jábali, presidente da Fun­dação Dom Pedro II.

A chefe de limpeza do espa­ço, Nilza Ferreira Nascimento, explica como é importante man­ter o local organizado para o iní­cio dos espetáculos. “Durante o ano, devido à grande quan­tidade de espetáculos, existem lugares que não conseguimos limpar. Por isso, agora em janei­ro, pegamos para limpar todos esses detalhes, como iremos fa­zer com o lustre”, afirma.

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