Tribuna Ribeirão
Cultura

Pedro II completa 87 anos

O Theatro Pedro II completa 87 anos neste domingo, 8 de outu­bro. Mantido pela Fundação Dom Pedro II, é um dos principais do Brasil, o terceiro maior de ópera do País. Em junho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) esteve em Ribeirão Preto para assinar a “escritura” que finalizou o proces­so de doação do prédio histórico ao município, que já tinha a per­missão para uso do espaço.

Além dos concertos da Or­questra Sinfônica neste final de semana, outros eventos estão programados para comemorar a data, como uma exposição de fotos relembrando os momentos mais marcantes do Theatro Pedro II, imagens que contam um pou­co de sua grandiosa história e que ficarão em cartaz o mês inteiro. “É um retrato da riqueza que foi o café e que ajudou Ribeirão Pre­to a se tornar a cidade que é hoje. Quem passa pelo Pedro II tem a oportunidade de conhecer, em apenas um local, muito da história de nossa cidade”, diz o prefeito Du­arte Nogueira Júnior (PSDB).

“O aniversário do Theatro tem que ser sempre comemorado como a vitória da cultura, da arte, da participação e valorização de todo artista que se empenha em dar o melhor de si para a formação de novos talentos. A arte é o me­lhor caminho de transformação e o Theatro Pedro II representa bem isto”, explica a presidente da Fun­dação Pedro II, Mariana Jábali.

O Theatro Pedro II foi cons­truído entre 1928 e 1930 a pedido do advogado João Alves Meira Júnior, um dos fundadores da Cia. Cervejaria Paulista. O pro­jeto foi elaborado pelo arquiteto Hippolyto Gustavo Pujol Júnior, e a parte estrutural da construção coube à empresa alemã Kemmitz. Em 15 de julho de 1980, um in­cêndio destruiu a cobertura, o forro do palco e grande parte do interior, incluindo o teto.

A reconstrução só teve início mais de 10 anos depois, em 1991, liderada pela construtora Jábali Aude. A reinauguração aconteceu em 1996. “É uma vitória da cidade que ganha não apenas um patri­mônio cultural, mas um prédio de reconhecido valor histórico”, diz Duarte Nogueira. É um dos principais cartões-postais de Ri­beirão Preto e segundo maior teatro de ópera do Brasil. Foi inaugurado em 8 de outubro de 1930. Durante cinco décadas, foi a principal referência cultural da cidade e centro de acontecimen­tos políticos e sociais, recebendo grandes companhias teatrais e operísticas do exterior.

Na década de 1960, o prédio passou por reforma que o des­caracterizou. Vários elementos decorativos foram destruídos, a plateia foi reduzida e placas de madeira encobriram camaro­tes, frisas e galerias laterais para transformá-lo em cinema. Os sinais da decadência levaram o teatro a mudar de proprietá­rios. A Companhia Cervejaria Antarctica adquiriu a Compa­nhia Cervejaria Paulista, antiga proprietária. Entre as décadas de 1950 e 70, o subsolo do te­atro foi transformado em sa­lão de bailes de carnaval. Fora do período carnavalesco, era transformado em sala de jogos. O local ficou conhecido como “Caverna do Diabo”.

 

A história do Pedro II
Tombamento – Artistas, in­telectuais, cidadãos e políticos realizaram campanhas pela pre­servação do prédio e pelo resgate de sua função cultural. No dia 7 de maio de 1982, os defensores conseguiram uma vitória: o pré­dio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arqueo-lógico e Turísti­co do Estado de São Paulo (Con­dephaat). Em maio de 1991, teve início a primeira etapa de restau­ração e modernização do teatro. Em janeiro de 1993, começou a segunda etapa. Um concerto de música erudita em abril de 1994 arrecadou US$ 10 mil para a re­cuperação. Em 1996, o Theatro Pedro II foi reinaugurado.

O incêndio – Em 15 de julho de 1980, o Theatro Pedro II viveu sua tragédia com o incêndio que destruiu a cobertura, o forro do palco e grande parte do interior. O fogo comprometeu a estrutu­ra. A reforma durou cinco anos. O restauro das características ar­quitetônicas originais recupera­ram o Pedro II e ampliaram suas funções, transformando-o no terceiro maior teatro de ópera do País em capacidade de público.

Cúpula – O projeto da cúpula foi assinado por Tomie Ohtake. Para cobri-la foram feitas duas cúpulas de gesso estrutural, uma delas recortada. Entre elas foram afixadas lâmpadas especiais, que fazem varar luz por entre os recortes, criando um efeito es­cultural. Um lustre de cristal de 1.400 quilos, com 2,70 metros de altura por 2,2 metros de largura completa a obra.

‘‘Caverna do Diabo’’ – Entre as décadas de 1950 e 70, o sub­solo do teatro foi transformado em salão de bailes de carnaval. Fora do período carnavalesco, era transformado em sala de jo­gos. O local ficou conhecido como ‘‘Caverna do Diabo’’.

Restauração – Em maio de 1991, teve início a primeira eta­pa de restauração e moderni­zação do teatro. Em janeiro de 1993, começou a segunda etapa. Um concerto de música erudita em abril de 1994 arrecadou US$ 10 mil para a recuperação. Uma equipe de aproximadamente dez especialistas procedentes da região de Ouro Preto e Belo Ho­rizonte (MG) recorreram a plan­tas do projeto original, fotos de época, documentos textuais e até entrevistaram antigos mo­radores da cidade para levantar informações para o restauro. Em 1996, o Theatro Pedro II foi rei­naugurado.

Reconstrução – A reforma durou cinco anos. O restauro das características arquitetôni­cas originais recuperaram o Pe­dro II e ampliaram suas funções, transformando-o no terceiro maior teatro de ópera do País em capacidade de público.
A reforma – Na fase de refor­ma, a cúpula metálica da plateia principal foi reconstruída e a cai­xa cênica rebaixada em seis me­tros. Foi criado um subsolo com mais dois níveis: espaços para serviços de apoio artístico, ofici­na de cenário, carpintaria e almo­xarifado técnico.

Auditório Meira Junior – O prédio possui um teatro de câ­mara no subsolo com capacidade para 200 pessoas. O Teatro Meira Júnior tem porte para espetácu­los ou palestras. O quarto pavi­mento foi adaptado para abrigar uma sala com infraestrutura para ensaios.

Modernização – As obras ofereceram novos recursos ao teatro, como mecânica cênica e infraestrutura de serviços, como elevadores especiais, painéis acústicos, sistema computado­rizado de iluminação e de clima­tização, camarins e mecanismos de combate a incêndio.

Sala dos Espelhos – O ‘‘foyer’’, também conhecido como Sala dos Espelhos, foi recuperado. Ela comporta três lustres de cristal em estilo art déco. Das seis fia­das de espelhos que recobrem as paredes, três foram preserva­das e restauradas por serem de cristal bisotê italiano. As demais permanecem em vidro nacional, como à época da construção do teatro.

Uma descoberta na Sala dos Espelhos foi a da extinta técnica do ‘‘spolvero’’ -considerada uma raridade arquitetônica – na pintu­ra decorativa que emoldura todo o espaço. A Sala dos Espelhos pode receber apresentações de música de câmara, solos instrumentais e recitais de canto lírico

O Theatro Pedro II é nosso – O mês de junho de 2017 passou a ser um marco importante para história do município de Ribeirão Preto, além de completar seus 161 anos, a cidade recebeu a do­ação oficial do prédio do Theatro Pedro II.

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