Patrimônio histórico e cultural do Estado de São Paulo, motivo de orgulho para a cidade e palco de grandes apresentações, o Theatro Pedro II, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto, empresta sua grandeza, neste mês de março, para uma causa tão importante quanto seu valor cultural: a atenção especial à mulher.
Desde esta terça-feira (7), o Pedro II tem sua fachada iluminada na cor lilás para lembrar a luta contra o câncer de colo do útero e o Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quarta-feira, dia 8. “O objetivo da ação é despertar o olhar da população para este tema da maior importância”, afirmou o presidente da Fundação Dom Pedro II, Nicanor Lopes.
Câncer
Apesar de silencioso, o câncer de colo do útero, também chamado de câncer cervical, possui altas chances de cura se identificado no estágio inicial. Por isso a importância de ações de conscientização, para que a mulher tenha uma rotina regular de exames preventivos no diagnóstico precoce, o Papanicolau e a vacina contra o HPV (Papilomavírus humano).
Sabe-se que, a cada dez pessoas sexualmente ativas, oito delas já tiveram contato com o HPV, entretanto, apenas duas ou três vão persistir com o vírus e podem evoluir com alguma alteração. A vacina anti-HPV é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 14 anos, e meninos de 11 a 14.
Previne a persistência do papilomavírus e reduz o risco de desenvolver pelo menos cinco tipos diferentes de câncer (colo uterino, canal anal, cabeça e pescoço, vulva e vagina). Essa vacina combate quatro subtipos do vírus HPV, dois que estão relacionados a verrugas e dois com risco alto de desenvolvimento de câncer.
Já em números relativos houve um decréscimo no número de incidências – 15 casos a cada 100 mil mulheres em 2020, para 13 casos para cada grupo de 100 mil mulheres em 2023. Essa diminuição relativa se deve a alguns fatores como a vacina de HPV (principal fator deste tipo de câncer), bem como, as campanhas de rastreamento e detecção precoce por intermédio do exame de Papanicolau.
Estatística
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil registrou 16.710 novos casos de câncer de colo do útero em 2020. A média de mortes em 2019 era de 6.596, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer – SIM do Ministério da Saúde.
Dia da Mulher
A ideia de uma comemoração anual surgiu depois que o Partido Socialista da América organizou o Dia das Mulheres, em 20 de fevereiro de 1909, em Nova York (EUA) – uma jornada de manifestação pela igualdade de direitos civis e em favor do voto feminino.
Durante as conferências de mulheres da Internacional Socialista, em Copenhague, em 1910, foi sugerido, por Clara Zetkin, que o Dia das Mulheres passasse a ser celebrado todos os anos, sem que, no entanto, fosse definida uma data específica.
A partir de 1913, as mulheres russas passaram a celebrar a data com manifestações realizadas no último domingo de fevereiro. Em 8 de março de 1917, ainda na Rússia Imperial, organizou-se uma grande passeata de mulheres, em protesto contra a carestia, o desemprego e a deterioração geral das condições de vida no país.
Operários metalúrgicos acabaram se juntando à manifestação, que se estendeu por dias e acabou por precipitar a Revolução de 1917. Nos anos seguintes, o Dia das Mulheres passou a ser comemorado naquela mesma data, pelo movimento socialista, na Rússia e em países do bloco soviético.
Em 1975, o dia 8 de março foi instituído como Dia Internacional das Mulheres, pelas Nações Unidas. Atualmente, a data é comemorada em mais de 100 países – como um dia de protesto por direitos ou de edulcorada celebração do feminino, comparável ao Dia das Mães. Em outros países, a data é amplamente ignorada.