Ele tem 36 anos, é multiartista: escritor, poeta, ilustrador, compositor, influenciador digital e publicitário formado pela ESPM do Rio Janeiro. Pedro Gabriel é classificado como um dos principais Instapoetas brasileiros e reúne cerca de um milhão de seguidores. Nas redes sociais, ficou conhecido pelo perfil @eumechamoantonio, universo do personagem homônimo que criou no final de 2011.
Atualmente, contabiliza aproximadamente 2.500 artes autorais – todas ilustradas no balcão do Café Lamas, no Rio de Janeiro. O autor participa do projeto “40tena cultural” da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, nesta terça-feira, 14 de julho, e vem para uma conversa descontraída, mediada pelo ilustrador Leonardo Scarulis, a partir das 19 horas, pelo Instagram.
Com o tema “Poesia e imagem: compartilhamento nas redes sociais”, a live pretende abordar curiosidades sobre o trabalho de Pedro Gabriel, mostrar sua relação com a poesia e a ilustração e as artes em geral e ainda proporcionar aos internautas um relato de sua trajetória profissional, traçando um paralelo de sua vivência e produção durante a pandemia.
A experiência artística do escritor acabou migrando do bar para o mundo on-line e, em seguida, da internet para as prateleiras das livrarias com o fenômeno literário Eu me chamo Antônio (2013), Segundo (2014) e Ilustre Poesia (2016) – livros que, juntos, venderam mais de 250 mil exemplares no Brasil. Hoje, ele mora em São Paulo e se conecta com seus leitores e leitoras pelas redes sociais ou nos eventos que participa frequentemente por todo o país.
Sobre a questão do compartilhamento pelas redes sociais, que estará no centro do bate-papo pelo Instagram, ele explica que sentiu a força da internet logo nas primeiras publicações e que pessoas do Brasil inteiro passaram a compartilhar seus guardanapos.
“Foi um susto (no bom sentido) porque eu tinha criado o perfil @eumechamoantonio para ter um registro digital de todas as minhas criações. Naquele momento, eu tinha medo de que os guardanapos – por serem papéis frágeis – se desgastassem com o tempo. Foi mais uma forma de preservar meus poemas, eu nunca imaginei que fosse ter esse alcance todo”, destaca.
O autor também revela que criou seu perfil para compartilhar os seus silêncios que eram registrados em guardanapos poéticos. “Cada verso, cada traço que faço é uma memória gráfica de algum sentimento vivenciado e, até então, silenciado”, diz Pedro Gabriel.
Transformar o mundo numa potência inesgotável de sensibilidade é um dos propósitos do autor e ele sabe que essa não é uma tarefa fácil. “Eu acredito no poder das palavras e, mais ainda, na força que elas exercem sobre as pessoas. Por isso, tenho certeza de que é possível desenhar um caminho autêntico e criativo para impactar cada indivíduo com responsabilidade e, principalmente, sem desviar da própria essência”, acrescenta.
Produção na pandemia
Neste período de isolamento em função da pandemia do novo coronavírus, Pedro Gabriel diz que tem procurado abastecer as suas redes sociais com arte e preencher esse distanciamento com algumas referências artísticas, indicações de leituras, jogos criativos e dicas bacanas para ocupar a mente nesses tempos turbulentos. “Fiz reproduções em guardanapos de quadros famosos do Edward Hopper e da Tarsila do Amaral, por exemplo. Também criei guardanapos exclusivos com temas que abordam a solidão, a angústia e, principalmente, a esperança”, descreve.