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PCCS: um instrumento de interesse público

Há duas semanas estou conversando com um grande número de servidores municipais, que visitaram o nosso Sindicato, interessados em conhecer e integrar uma nova ação judicial coletiva relacionada ao Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da categoria. Todos, sem exceção, excelentes profissionais, com boa formação e experiência.

Um traço em comum: apesar de frustrados com a falta de reconhecimento por parte do atual governo, todos demons­traram bastante disposição em empenhar tempo e energia para defender e buscar os instrumentos para realizarem os seus projetos de carreira. Ninguém ali estava disposto a jogar a toalha.

Ser servidor público em um município comandado por um governo que não se preocupa com a população não está sendo – e nunca foi – tarefa fácil. São muitos os problemas, as dificuldades, as incertezas, as preocupações. Mas ficamos com a certeza de que esse governo logo passará – e não deixa­rá saudades – e a carreira dos servidores municipais continua.

Ao invés de apostar em práticas que visam o desenvolvi­mento do capital humano, que conseguem aumento da moti­vação no trabalho e, consequentemente, melhores resultados para a população, o atual governo padece desnorteado na contramão das boas práticas administrativas e da boa gestão da coisa pública.

O Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), ideia prevista na Constituição que o atual governo negligencia, é um dos mais importantes requisitos para a defesa da quali­dade e finalidade dos serviços públicos – a população. Países com melhor qualidade nos serviços públicos têm em comum políticas de valorização das carreiras de seus servidores.

Cada vez mais responsável pelos resultados nas organi­zações públicas e privadas, o PCCS tem evoluído muito no Brasil, mas em Ribeirão Preto só sobrevive por conta da atu­ação destacada do Sindicato em sua defesa. O atual governo desconhece que além de motivar e incentivar o trabalhador, o plano de carreira contribui para o desenvolvimento das próprias organizações, que passam a contar com profissionais mais engajados, em busca de seu espaço e do seu crescimento.

Enquanto os países com melhor desempenho em políticas públicas adotam critérios rigorosos na contratação de servi­dores, em Ribeirão Preto, o atual governo faz de tudo para abolir os concursos públicos, atropelando a lei e a lógica para impor a terceirização.

O governo aposta na terceirização para entregar à po­pulação um serviço público precário, de qualidade ruim, de efetividade duvidosa. Enquanto isso, deixa seus próprios servidores sem noção de sua perspectiva de crescimento, de sua situação profissional e de que aspectos podem ser melho­rados para que os resultados melhores, tanto os do município quanto os do servidor, sejam atingidos.

Nações com melhor desempenho em políticas públicas buscam cada vez mais mecanismos para tornar a carreira de seus servidores estimulante, desafiadora, com possibilidade de progressão baseada em resultados. Aqui, infelizmente, o atual governo municipal precisa ser acionado judicialmente pelo Sindicato para que respeite a própria legislação munici­pal no tocante ao PCCS.

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