Ex-presidente do Palmeiras, Paulo Nobre renunciou, na noite de quinta-feira, ao cargo de conselheiro vitalício do clube. Por estar insatisfeito com os bastidores e a política interna, o dirigente entregou uma carta durante a reunião do Conselho Deliberativo. O encontro selou ainda a votação de uma sindicância interna sobre o caso Blackstar e a suspensão por um ano de Genaro Marino Neto, ex-vice do clube.
Nobre não comparece às reuniões do clube desde o fim do seu mandato como presidente, em dezembro de 2016. Desde então, o antigo aliado político dele, Mauricio Galiotte, é quem tem comandado o clube. O ex-presidente tem viajado pelo mundo para disputar provas de rali e, segundo pessoas próximas, está decepcionado com política do Palmeiras. Ele inclusive rompeu relações com Galiotte.
A reunião no Conselho Deliberativo teve como objetivo apreciar o relatório feito por um grupo de conselheiros sobre o caso Blackstar, empresa com sede em Hong Kong que se apresentou como possível candidata a patrocinar a clube. O episódio, ocorrido no ano passado, foi às vésperas da eleição presidencial de novembro A proposta anunciada de R$ 1 bilhão por um contrato de dez anos foi apresentada na ocasião por Genaro Marino Neto, candidato de oposição ao mandatário Galiotte.
O Palmeiras decidiu não levar adiante a conversa após a diretoria avaliar que a Blackstar apresentou documentos falsos de garantias bancárias. A negociação foi encerrada e o clube renovou com a Crefisa semanas depois. Na mesma época, conselheiros da situação fizeram um requerimento e receberam a autorização para abrir uma sindicância para apurar o assunto, por considerarem que a chapa de oposição apresentou a proposta para interferir na disputa eleitoral.
A proposta de patrocínio foi apresentada por Genaro, com a atuação de Nobre na intermediação com a Blackstar por ter emprestado o seu escritório para ser realizada uma reunião. Outros dois conselheiros do Palmeiras também participaram das conversas: Ricardo Galassi e José Carlos Tomaselli. Todos viraram alvo da sindicância interna, que terminou com um relatório e a sugestão de punições para cada um dos envolvidos.