Por Bárbara Correa
Paulo Gustavo iria fazer o primeiro papel dramático da carreira em um filme sobre Ricardo Corrêa, o Fofão da Augusta. A produção seria baseada no livro de Chico Felitti, Ricardo e Vânia. A obra conta detalhes da trajetória do cabeleireiro que se tornou um personagem conhecido nas ruas de São Paulo.
No podcast Isso Está Acontecendo, o jornalista falou sobre o legado do humorista e a influência dele para profissionais LGBTQ+ no Brasil.
“Eu não trabalho com comédia. Talvez eu trabalhe com a coisa mais distante de comédia que existe: o jornalismo. Mas o meu trabalho e o dele quase se cruzaram nos últimos anos”, disse.
Felitti explicou que, no fim de 2019, recebeu uma ligação comunicando que talvez a adaptação de Ricardo e Vânia para as telas já tivesse um protagonista. Paulo Gustavo leu o livro e estaria interessado em interpretar um filme que não fosse de humor.
“Eu soube naquela ligação que, em uma reunião, Paulo Gustavo disse que já fazia um país inteiro rir. Agora, queria mostrar que era capaz de fazer um país inteiro chorar. Se aquele homem, que tinha chegado ao posto de maior humorista do Brasil, queria fazer o filme, ele tinha que fazer”, afirmou.
“Eu conto essa história só para ilustrar o tanto de coisa que uma das maiores estrelas do Brasil ainda tinha para fazer. A gente nunca vai conseguir contar quantos ‘quase’ ele deixou para trás, em uma morte que poderia ser evitada”, concluiu. Neste domingo, 4, a morte do artista completou dois meses. Paulo Gustavo morreu, aos 42 anos, em decorrência de complicações da covid-19.