Tribuna Ribeirão
Política

Paulo Guedes – MPF investiga guru de Jair Bolsonaro

O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília abriu Proce­dimento Investigatório Criminal (PIC) para investigar o econo­mista Paulo Guedes, conselheiro econômico do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). A infor­mação foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Chamado de “Posto Ipiranga” pelo presidenciável e indicado como ministro da Fazenda em caso de vitória de Bolsonaro, Guedes é suspeito de cometer crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de fundos de investimentos (FIPs) que receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013, de fundos de pensão ligados a empresas públicas. Também será apura­da a emissão e negociação de títulos imobiliários sem lastros ou garantias.

Entre os fundos de pensão que repassaram valores aos FIPs administrados por Guedes estão a Funcef, da Caixa, Postalis, dos Correios, Previ, do Banco do Brasil e BNDESPar, este fundo de investimento do BNDES. À época dos fatos apurados, os fundos eram geridos por pesso­as indicadas pelo PT e PMDB.

A investigação foi aberta com base em relatórios da Su­perintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) que apontam indícios de fraudes nos aportes feitos pelos fundos de pensão em dois fundos de investimentos criados pela BR Educacional Gestora de Ativos, empresa de Paulo Guedes. A investigação é conduzida pela força-tarefa Greenfield, responsável por apurar desvios nos principais fundos de pensão do País.

Segundo os relatórios da Previc, os aportes nos FIPs podem ter gerado ganho excessivo a Guedes. Em um dos FIPs, que recebeu cerca de R$ 400 milhões, Guedes ganhou 1,75% sobre o valor aportado pelos fundos de pensão logo após o investimento.

Esse mesmo FIP, segundo a Previc, aplicou os valores rece­bidos dos fundos de pensão em uma empresa: a HSM Educa­cional, que era controlada pelo próprio Guedes.

A Previc também viu indício de irregularidades no fato de a HSM Educacional, logo após receber os valores, ter adquiri­do de uma empresa argentina 100% da companhia HSM Brasil, voltada a projetos educacionais e palestras. Como não era uma empresa listada na Bolsa, o in­vestimento foi feito tendo como base um laudo produzido por outra empresa.

Mesmo com laudo apontando a viabilidade do investimento, a empresa que recebeu o aporte registrou prejuízo, principalmen­te, por causa da remuneração de palestrantes. Somente com o pagamento desse tipo de servi­ço, entre 2011 e 2012, a empre­sa gastou R$ 11,9 milhões. Na mesma época, Guedes viajou o País realizando palestras. O MPF quer descobrir se ele recebeu parte desses valores.

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