Tribuna Ribeirão
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Patrulha de RP vai ganhar viatura nova

A Câmara de Vereadores au­torizou a prefeitura de Ribeirão Preto a abrir crédito no valor de R$ 202.200 para a compra de veículo tipo SUV, com recursos oriundos da União, para a Pa­trulha Maria da Penha da Guar­da Civil Metropolitana (GCM). Segundo o projeto do prefei­to Duarte Nogueira (PSDB), aprovado na quinta-feira, 2 de março, a aquisição da viatura é necessária em razão do aumen­to das ocorrências envolvendo violência doméstica.

De acordo com o governo municipal, o avanço de casos de violência contra as mulheres tem gerado aumento das medi­das protetivas concedidas pelo Judiciário e, consequentemente, a exigência de uma maior estru­tura da Patrulha Maria da Penha.

“Em razão disso, o municí­pio elaborou o projeto buscan­do ajuda financeira da União, através do Ministério da Mulher da Família e dos Direitos Huma­nos, para aquisição de um veí­culo a ser utilizado pela equipe que fiscaliza o cumprimento das medidas protetivas”, afirma o go­verno na justificativa do projeto.

Segundo estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública encomendado ao Instituto Da­tafolha, um terço das mulheres brasileiras (33,4%) com mais de 16 anos já sofreu violência físi­ca e/ou sexual de parceiros ou ex-companheiros ao longo da vida. O número equivale a 21,5 milhões de vítimas e é maior que a média global de casos, 27%, se­gundo estimativa da Organiza­ção Mundial da Saúde (OMS).

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Ainda segundo a pesquisa, houve crescimento de todas as formas de violência contra a mu­lher no último ano no país, como espancamento (5,4% dos casos) e ameaça com faca ou arma de fogo (5,1%). Foram mais de 18 milhões de mulheres vítimas de violência no último ano. São mais de 50 mil vítimas por dia, um es­tádio de futebol lotado.

Ao todo, 28,9% das mu­lheres, ou 18,6 milhões, sofre­ram algum tipo de violência ou agressão no último ano, a maior prevalência já verificada na série histórica – a pesquisa sobre viti­mização de mulheres no Brasil é realizada desde 2017, de dois em dois anos. Na edição de 2021, 24,4% das entrevistadas afirma­ram ter sofrido violência no ano anterior, o primeiro da pande­mia de covid-19.

Agressão
Do total de casos do último ano, 11,6% (ou 7,6 milhões) das vítimas foram agredidas com batida, empurrão ou chutes – o que corresponde a 14 ocorrên­cias por minuto. Em 13,5% dos episódios, houve perseguição a mulheres. Conforme a pesquisa, em quase metade dos casos do último ano (45%) as vítimas não tomaram nenhuma atitude após as agressões, seja por medo de represália ou por achar que não era algo tão grave.

Ao mesmo tempo, 17,3% delas procuraram ajuda da fa­mília e 15,6%, de amigos. A parcela de vítimas que foram até Delegacias de Defesa da Mulher relatar o ocorrido su­biu: foi de 11,8%, há dois anos, para 14%, no estudo de agora.

Criada em 2018, a Patrulha Maria da Penha da Guarda Civil Metropolitana (GCM) garante a efetividade da lei homônima (número 11.340/2006) com ações integradas junto à Secre­taria Municipal de Assistência Social, Ministério Público de São Paulo (MPSP) e Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Balanço de 2022
Somente em 2022, a Patru­lha Maria da Penha realizou 155 rondas preventivas e elaborou 18 boletins de ocorrência (BOs), com onze prisões de agressores em flagrante. Já no Estado, de acordo com as estatísticas crimi­nais divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), houve piora nos indicadores de criminalidade no primeiro mês do ano em com­paração a janeiro de 2022.

De acordo com as estatísti­cas, os casos de estupro registra­ram alta de 14,8% em relação ao mesmo período, chegando a 921 casos no mês passado. Segundo as estatísticas criminais divulga­da pela SSP/SP nesta semana, Ribeirão Preto registrou 24 ca­sos de estupro em janeiro deste ano, contra doze do mesmo pe­ríodo de 2022, o dobro. São doze a mais e alta de 100%.

Na comparação com os nove de dezembro, o aumento chega a 166,7%. São 15 a mais. Os 24 casos de janeiro representam o maior número desde que a pes­quisa passou a ser divulgada, em 2001. Até então, a quantidade mais elevada de ocorrências ha­via sido registrada em agosto de 2021, com 19 casos. São cinco a mais, variação de 26,3%.

Dos 24 ataques consumados em janeiro deste ano, em Ribeirão Preto, 17 envolvem crianças ou adolescentes, que estão no grupo dos “vulneráveis”. São 70,8% do total. No ano passado foram regis­trados 121 casos. Na comparação com os 132 de 2021, são onze a menos e recuo de 8,3%.

Estudo publicado pelo Ins­tituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) chama a atenção para um problema crítico no Brasil e que afeta principalmente as mulheres: o número estimado de casos de estupro no país por ano é de 822 mil, o equivalente a dois por minuto. Para denunciar casos de violência contra mu­lheres na cidade basta acionar os telefones, 153 e 3632- 4747, da GCM, ou 190, da Polícia Militar.

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