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PATRIMÔNIO – Audiência debate o Arquivo Público

A Câmara de Ribeirão Pre­to vai debater, em audiência pública marcada para as 18h30 desta quarta-feira, 25 de abril, no plenário do Legislativo, o destino do Arquivo Público e Histórico, que vem provocando um embate entre a prefeitura e ativistas que atuam em defesa do patrimônio histórico da ci­dade. A secretária municipal de Cultura, Isabella Pessotti, con­firmou presença, assim como o coordenador do acervo, Rodri­go Menezes da Silva. Também estão confirmados historiadores que fazem parte da Associação Amigos do Arquivo: Ulysses de Paiva Faleiros Neto e Marcelo Gouveia de Araújo.

A polêmica sobre a sede do Arquivo Público e Histórico co­meçou após a prefeitura anunciar a transferência da unidade para um prédio do município na ave­nida Doutor Francisco Junqueira nº 942. Logo em seguida ativistas promoveram um ato de protes­to defronte a sede atual, na rua General Osório nº 768, Centro, para onde o arquivo foi transfe­rido em dezembro de 2016, após mais de duas décadas ocupando uma casa na rua José da Silva nº 915, no Jardim Paulista.

No Jardim Paulista, o arquivo ocupava uma casa térrea, residen­cial, de 585 metros quadrados. No novo endereço, na rua General Osório, ocupa um prédio co­mercial de dois pavimentos, com mil metros quadrados de área, banheiros com acessibilidade e elevador – e aluguel mensal de R$ 12 mil. Quando a prefeitura anun­ciou a mudança, ativistas em defe­sa do patrimônio iniciaram uma mobilização alegando que o novo endereço desrespeita uma série de normas do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq).

Marcelo Gouveia de Araújo, membro da Associação Amigos do Arquivo Público e Histórico, entidade que convocou a mani­festação, diz que a proposta da Prefeitura de transferir o arquivo para o prédio da avenida Fran­cisco Junqueira “afronta uma série de normas do Conselho Nacional de Arquivos, vinculado ao Ministério da Justiça”.

Ele cita duas normas que es­tariam sendo desrespeitadas. “Pri­meiro, o Cinarq veda a instalação de arquivos próximos ao mar, rios e áreas propensas à inundações. E a última inundação na região do prédio para onde a prefeitura quer transferir o arquivo aconteceu no dia 17 de janeiro”, afirma Araújo, destacando ainda que o elevador do prédio em questão está quebra­do “por que ficou cheio de água na última inundação”.

Outra norma que diz res­peito à localização é a que veda a instalação de arquivos em vias arteriais, aquelas de grande cir­culação de veículos, por causa da trepidação e da fuligem. “E a avenida Francisco Junqueira é uma de nossas principais vias ar­teriais’, completa.

A transferência esbarra em uma série de obstáculos. Ander­son Polverel, presidente do Con­selho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural do Muni­cípio (Conppac), já encaminhou ofício ao prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) em que comunica o chefe do Executivo sobre a possí­vel ilegalidade da ação. Diz que os bens móveis do Arquivo Público e Histórico são tombados pelo con­selho e que qualquer transferência precisa ser autorizada pelo órgão.

O promotor do Patrimônio Público, Ramon Lopes Neto, pro­tocolou, na 1ª Vara da Fazenda Pública, petição para que a anun­ciada transferência não ocorra sem autorização do Conppac e da Divisão de Gestão do Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo – diz que a partir de agora as 41 toneladas de história não podem ser removidas e que a prefeitura terá de aguardar a manifestação do juiz responsável pelo caso.

Secretária responde – A se­cretária municipal de Cultura, Isa­bella Pessotti, diz que considera le­gitima a manifestação dos ativistas e que está aberta ao diálogo, mas defendeu a proposta da prefeitura. Ela afirma ainda que a proposta do governo vem de encontro a esfor­ços de economia anunciados pelo prefeito Duarte Nogueira.

“Uma força-tarefa da pre­feitura fez um levantamento de todos os imóveis pertencentes ao município e que podem abrigar repartições que hoje estão em imóveis alugados. E o prédio da avenida Francisco Junqueira se mostrou adequado, pelas di­mensões, de mais de 1.700 me­tros quadrados, para receber o arquivo público”, explica.

Ela destaca que com a transfe­rência o arquivo ganhara um local definitivo, acabando com as fre­quentes mudanças de endereço. “E estamos para lançar uma licitação para climatizar e adquirir os equi­pamentos para a desumidificação do recinto dos arquivos”, diz.

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