Projeção do SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e da CDL RP (Câmara de Dirigentes Lojistas), por meio do CPV (Centro de Pesquisas do Varejo), aponta para um crescimento médio de 1% a 3% nas vendas do Varejo de Ribeirão Preto, em abril de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado quando foi registrada queda de -2% em relação a 2023.
“A sazonalidade da Páscoa e o período de montagem da estrutura da Agrishow devem ajudar nas vendas de abril. Muitas empresas e profissionais autônomos vêm de fora e acabam incrementando o consumo. Nesse ano, a maior feira de agronegócios da América Latina estima movimentar R$ 15 bilhões em negócios e receber 220 mil visitantes entre 28/4 e 2/5”, explica Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV SINCOVARP/CDL RP.
Segundo levantamento da organização da Agrishow, com base em dados da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, apurados nas edições de 2023 e 2024, a Feira deve gerar um movimento de R$ 500 milhões na economia de Ribeirão Preto e região. O gasto médio será próximo de R$ 1.100 por pessoa, alavancando diversos segmentos de mercado especialmente os de hotéis, locações por temporada/imobiliário, restaurantes, bares, atividades culturais, postos de combustíveis/conveniências, e peças/ferramentas.
Páscoa em foco
Do ponto de vista da Páscoa, os setores que mais devem ser movimentados são os de chocolates e doces, artigos para festas, armarinhos, papelarias, supermercados e peixarias. Pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), mostra que as vendas de ovos de chocolate e produtos correlacionados devem movimentar R$ 3,36 bilhões, no Varejo brasileiro, o que corresponde a uma retração de -1,4% em comparação às vendas do mesmo período de 2024.
“A projeção para Ribeirão Preto está um pouco acima da estimativa nacional porque a cidade é importante polo de consumo de uma das regiões mais prósperas do país, ou seja, consumidores dos municípios ao redor costumam vir à Ribeirão para fazer suas compras e acabam incrementando os recursos movimentados no Comércio daqui”, observa o pesquisador.
O estudo da CNC (a qual o SINCOVARP é ligado, via FecomercioSP) ainda revela que o aumento médio dos preços de produtos alusivos à Páscoa chega a 18,9%, em 2025, o maior dos últimos 13 anos. O principal motivo é a valorização do cacau no mercado externo.
Considerando o todo, a cesta de bens e serviços ligados à data, composta por oito itens, pode alcançar uma alta média de 7,4% nos preços em relação ao ano passado, com destaque, também, para os reajustes do bacalhau (+9,6%) e do azeite de oliva (+9%).
Intenção de compra
O CPV SINCOVARP/CDL estima que, em média, 60% dos consumidores de Ribeirão Preto pretendem comprar ovos de Páscoa em 2025. O percentual também está acima da projeção nacional, realizada pela Nexus, que revela um índice de intenção de compra na casa de 52% e um ticket-médio de R$ 59 por unidade adquirida. Para 36% dos entrevistados, o preço alto é o principal influenciador da decisão de compra. “O pico de procura por ovos de Páscoa deve ocorrer no sábado (19) e no próprio domingo (20), bem na reta final. Muitos consumidores pesquisaram os preços antecipadamente nas lojas físicas e na internet, e tentarão aproveitar alguma promoção de última hora para economizar mais”, analisa Galli.
Obras e cenário macroeconômico
A liberação das últimas vias impactadas pelas obras de corredores de ônibus e a volta das vagas de estacionamento nesses importantes eixos comerciais de Ribeirão Preto, também estão ajudando o Comércio Varejista em abril. O acesso às lojas de rua está mais fácil e os shoppings já se preparam para receber o grande pico de público durante a Agrishow.
“O fator negativo vem do cenário macroeconômico. O poder de compra do consumidor continua muito impactado pela alta da inflação, elevação da taxa de juros e pelos altos índices de inadimplência e de endividamento das famílias. Daí nossa previsão de um crescimento mais contido, em abril, apontando para uma estabilidade. Páscoa e montagem da Agrishow puxam para a lado positivo. O cenário nacional puxa pelo lado negativo. Colocando tudo na balança, já vamos comemorar se as vendas de abril não tiverem variação negativa”, finaliza Diego Galli Alberto.