Um levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra que o número de pequenos negócios que fabricam produtos derivados de chocolate aumentou durante a pandemia de covid-19. Neste ano, o Domingo de Páscoa, melhor momento para as vendas no setor, será comemorado em 17 de abril.
Segundo a entidade, a abertura de novos negócios na área aumentou 57% em 2021 em comparação com o resultado de 2019. Os dados foram obtidos a partir da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), que é formalizada pelos empreendedores no momento da abertura do negócio. Em relação ao faturamento, a pesquisa mostrou que 42% dos empreendedores venderam mais em 2020 – primeiro ano da pandemia – em relação a 2019.
Os dados também indicam que o número de empresas abertas no setor foi maior do que o fechamento de firmas por três anos seguidos. Somente em 2021, foram registradas 2.397 aberturas e 883 encerramentos. A maioria dos negócios (2.319) foram abertos por microempreendedores individuais (MEIs). Os demais envolvem microempresas (72) e empresas de pequeno porte (seis).
De acordo com o Sebrae, o setor de chocolates atrai microempreendedores por ser uma área que não exige formação profissional prévia. Não são necessárias máquinas sofisticadas e a matéria-prima é acessível. Além disso, é um setor caracterizado pela facilidade em empreender, seja por necessidade ou por oportunidade.
“Temos um contingente de empreendedores que normalmente elaboram ovos e bombons a partir da barra de chocolate comprada pronta, em sua própria casa, sem grande necessidade de máquinas e equipamentos. Estão incluídos também os doceiros ocasionais, que buscam uma renda extra em determinadas épocas do ano, como a Páscoa”, diz Mayara Viana, analista de competitividade do Sebrae.
O Sebrae também oferece dicas para o microempreendedor alavancar suas vendas na Páscoa. A entidade sugere o investimento em kits e cestas, antecipação do período de encomendas pelas redes sociais, apostas em embalagens que facilitem o transporte e também o planejamento da produção e logística.
Estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que sete dos oito principais bens e serviços consumidos na Páscoa estarão mais caros este ano do que em 2021. Na média, os itens subiram 7,0%, maior elevação de preços desde 2016, quando houve aumento de 10,3%.
Os chocolates devem subir 8,5% ante 2021, enquanto o bacalhau deve estar 3,0% mais barato. Os demais aumentos são esperados nos bolos (+15,1%), azeite de oliva (+12,6%), pescados (+4,8%), refrigerante e água mineral (+7,1%), vinho (+3,9%) e alimentação fora de casa (+6,9%).
Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), os ovos de Páscoa estão até 40% mais caros em relação a 2021. Mesmo assim, a estimativa do setor supermercadista é de um aumento de 36% nas vendas de chocolates na Páscoa deste ano.
O estudo da Apas, porém, indica que outros produtos mais consumidos na Páscoa estão com os preços em desaceleração, em comparação com o mesmo período do ano passado. As vendas do comércio varejista para a Páscoa devem totalizar R$ 2,16 bilhões este ano, prevê a CNC.
O resultado representa um avanço de 1,9% no volume vendido em relação à mesma data do ano passado, já descontada a inflação do período. Apesar da melhora, as vendas ainda ficariam 5,7% abaixo do alcançado em 2019, antes da crise provocada pela pandemia de covid-19.
Apesar da persistência da inflação, os preços para o grupo alimentação no domicílio têm apresentado trajetória mais estável do que o de fora de casa. Este cenário sugere maior possibilidade de as comemorações da data acontecerem em casa.
Assim, produtos como bacalhau, chocolate, vinho, massa fresca, pescada e bombom tendem a apresentar menor aceleração nos preços até a Páscoa ou mesmo, em alguns casos, uma leve redução. Esta é a terceira data mais importante para o varejo de alimentos, atrás do Natal e Black Friday.