A direção do Podemos paulista decidiu expulsar o deputado federal Marco Feliciano por infidelidade partidária e por infração ética e moral. A decisão foi tomada na segunda-feira, 9 de dezembro, por unanimidade, pela direção do partido no Estado de São Paulo. Natural de Orlândia, ele se reelegeu para o cargo nas eleições de 2018 com 239.784 votos. Em Ribeirão Preto, foi escolhido por 3.961 eleitores.
Segundo o partido, Feliciano violou as regras de fidelidade ao fazer campanha para o então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, nas eleições do no passado, quando o capitão ainda era do PSL. O Podemos teve candidato próprio ao cargo, o senador pelo Paraná Álvaro Dias.
Em comunicado enviado ao deputado federal, o presidente do partido em São Paulo, vereador Mario Covas Neto, afirmou que, além de questões jurídicas, Feliciano teria transgredido a conduta ética e moral, “tornando-o não identificado com o espírito partidário inerente e necessário” exigidos pela legenda.
Em setembro, o Diretório Estadual do Podemos recebeu uma representação contra Feliciano, mas na época ele não se posicionou em relação às denúncias. A expulsão também teve como motivo o fato de o pastor ter solicitado em abril, para a Câmara dos Deputados, reembolso de R$ 157 mil para cobrir gastos referentes a um tratamento odontológico.
Na época, segundo as informações publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, o parlamentar justificou o reembolso alegando a necessidade de corrigir um problema na articulação da mandíbula. Feliciano tem três dias para recorrer à Executiva Nacional do Podemos, a quem caberá das a palavra final sobre a expulsão.
Em sua conta no Twitter, Marco Feliciano reagiu à expulsão. O deputado escreveu: “Covardes, esperaram eu estar fora do país para montarem esse teatro da expulsão. O preço de permanecer fiel aos meus eleitores conservadores é enfrentar a navalha da injustiça, manejada pelos canalhas de plantão, que há décadas comandam São Paulo sem resolver os problemas do povo”.
O tuíte é uma referência a Mario Covas Neto, presidente do Podemos no Estado de São Paulo e filho do ex-governador Mario Covas. O deputado, que é pastor evangélico e aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, tornou-se fonte de incômodo na legenda, que tenta se afastar do bolsonarismo. Em outro tuíte, publicado mais cedo, disse que é para ele “motivo de orgulho” ser expulso “por apoiar o presidente Bolsonaro”.