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PARDO – RP vai captar água

ALFREDO RISK

A prefeitura de Ribeirão Preto, por meio da Secretaria Municipal de Água e Esgotos (Saerp), assinou novo contrato de financiamento junto à Caixa Econômica Federal. Pretende obter recursos para investir no projeto de estudo que prevê a captação de água do Rio Pardo para reforçar o abastecimento na cidade.

O projeto prevê a captação, tratamento e distribuição da água para fins de complemen­tação do abastecimento para toda a cidade. O contrato foi assinado na quinta-feira, 6 de julho. O valor total previsto para a elaboração dos estudos é de R$ 3.118.368,93, dos quais R$ 2.962.450,48 serão financiados pelo antigo Ministério do De­senvolvimento Regional – foi dividido em dois: Cidades e In­tegração Nacional.

Os R$ 155.918,45 restantes tratam da contrapartida da Se­cretaria Municipal de Água e Es­gotos de Ribeirão Preto (Saerp). Após a assinatura do contrato com a Caixa Econômica Fe­deral, terá início o processo de licitação para a contratação de uma empresa especializada na realização do estudo.

O projeto do Pardo está di­vido em etapas, sendo que a primeira, referente ao estudo, tem previsão de conclusão de nove meses após a contratação da empresa. A secretaria já tem a outorga liberada pela Agência Nacional de Águas e Saneamen­to Básico (ANA), que autoriza a utilização de três metros cúbicos por segundo da água do rio.

“Nosso objetivo com esse in­vestimento é assegurar que a nos­sa realidade hoje seja a mesma do futuro: 100% de atendimento de água para toda a população de Ribeirão Preto”, disse o prefeito Duarte Nogueira (PSDB), duran­te a assinatura do contrato.

Atualmente, o abastecimento de água em Ribeirão Preto é to­talmente feito a partir do Aquífe­ro Guarani, mas estudos geológi­cos apontam queda nos níveis do manancial, acendendo o alerta quanto à preservação da fonte e necessidade de busca de novas alternativas de captação de água.

A atual concepção da opera­ção do abastecimento de água de Ribeirão Preto já está sendo re­vista e reestruturada, através do programa de Gestão, Controle e Redução de Perdas da Saerp, que tem o objetivo de reduzir em 50% as perdas totais de água da cidade.

As perdas totais no siste­ma de distribuição de água em 2021 foram de 47%. Em 2020 ficaram em 49,06%, ante 52,9% de 2019 e 55% em 2018. Os da­dos são do “Ranking de Sanea­mento Básico das 100 Maiores Cidades 2023”, do Instituto Tra­ta Brasil e GO Associados. O índice de desperdício despen­cou em cinco anos, de 61,5% em 2017 para 47%, ainda está acima da média nacional, de aproximadamente 40%.

O programa de Gestão, Controle e Redução de Perdas pretende reduzir ainda mais es­sas perdas e recuperar um volu­me aproximado de 1 m³/s a fim de garantir o abastecimento da cidade no médio prazo e dimi­nuir a pressão sobre o aquífero.

“O que estamos fazendo hoje é garantir o abastecimento para o futuro, um assunto já debatido amplamente, visto que já reti­ramos a quantidade autorizada de água do Aquífero Guarani, o qual também precisa ser preser­vado”, diz o secretário Antonio Carlos de Oliveira Jr.

“Desta forma, a busca por um novo manancial se mostrou um pilar imprescindível para ga­rantirmos a expansão, o desen­volvimento de Ribeirão e a dis­tribuição de água ininterrupta à população”, alega. O Aquífero Guarani é o maior reservatório subterrâneo de água doce do mundo, tem cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados de extensão e se estende por oito estados do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Em Ribeirão Preto, cidade que mais usa o manancial – todo o abastecimento da população de 698.259 habitantes é feito via poços artesianos –, o nível do aquífero caiu 120 metros em 71 anos, segundo estudos feitos pelo geólogo Júlio Perroni, da Universidade de São Paulo. A mesma pesquisa concluiu que atualmente a queda chega a dois metros a cada ano, o dobro do registrado em 2012.

Segundo o pesquisador, os resultados colocam o aquífero entre aqueles não considera­dos renováveis. “O consenso mundial para você considerar o aquífero como renovável é quando o tempo de renovação da água é inferior a 500 anos. Em Ribeirão Preto, o período estimado de seis mil anos colo­ca o Aquífero Guarani na cate­goria de não renovável”, diz.

Em 2013, no segundo man­dato da ex-prefeita Dárcy Vera, por meio de um anteprojeto elaborado pela prefeitura, o ex­tinto Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão chegou a cogitar a captação de água do Rio Pardo a partir de 2015. O custo total da obra estava orça­do em R$ 630 milhões, depois caiu para R$ 530 milhões.

No “Atlas Brasil – Abaste­cimento Urbano de Água”, a Agência Nacional de Águas (ANA) aponta que Ribeirão Preto e outras 73 sedes mu­nicipais necessitam de novos mananciais, considerando a in­suficiência de disponibilidade hídrica superficial ou subterrâ­nea para o atendimento da de­manda no longo prazo.

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