Tombados pelos órgãos de preservação do patrimônio histórico e cultural, os paralelepípedos da avenida Nove de Julho começaram a ser retirados nesta segunda-feira, 26 de junho, no trecho em que a obra se concentra inicialmente, entre as ruas Comandante Marcondes Salgado e Garibaldi, na Zona Sul.
Compactação
Antes de recolocar os paralelepípedos, a equipe da Construtora Metropolitana, contratada pela prefeitura para executar a obra, vai criar uma compactação de várias camadas no subleito para que as pedras centenárias não saiam mais do lugar, provocando os atuais desníveis que há tanto tempo têm incomodado motoristas e usuários de ônibus.
Depois de uma camada super compactada de terra, o solo vai receber brita, 12 centímetros de concreto armado e, por fim, areia compactada. Só depois, os paralelepípedos serão recolocados de forma alinhada. Em cada trecho também serão feitos ajustes nas guias e sarjetas para construção de rampas de acesso a pessoas com mobilidade reduzida, tanto nas calçadas quanto nos canteiros.
Canteiros
Os canteiros também serão totalmente restaurados, com os ladrilhos portugueses que formam os mosaicos pretos e brancos retirados e recolocados, depois que os canteiros forem refeitos. Cada trecho de dois quarteirões tem previsão de oito semanas para ficar pronto.
Em seguida, o trecho é liberado para circulação de veículos e pedestres e os dois quarteirões seguintes são interditados para receber o mesmo tratamento. Com data de entrega marcada para junho do ano que vem, a obra deve cobrir em um ano os dez quarteirões que formam os dois quilômetros da avenida (um quilômetro e 60 metros de cada lado).
Investimento
As obras na avenida Nove de Julho estão sendo efetuadas pela Construtora Metropolitana, do Rio de Janeiro, que venceu a concorrência pública número 017/2022 ao apresentar o menor valor – R$ 31.132.101,77. O prazo para a execução dos servidores é de doze meses, entre maio e junho de 2024.
As obras incluem o trecho entre a avenida Independência e a rua Tibiriçá, e a obra de construção do corredor da Costábile Romano, que começa na Nove de Julho, na parte não tombada da avenida, será realizada entre a Independência e a Portugal, seguindo pela via principal em toda a sua extensão e depois pela Presidente Kennedy até o Parque Industrial Lagoinha.
Equipes
As obras de mobilidade e de restauro e revitalização da avenida Nove de Julho serão feitas simultaneamente por três equipes de trabalhadores da Construtora Metropolitana. No dia 14, a empresa apresentou um detalhado plano de execução aos representantes dos setores do comércio e de serviços. Serão três frentes de trabalho.
A primeira se concentra na restauração da avenida e na construção de um corredor exclusivo para ônibus em toda a extensão da Nove de Julho. Outra equipe vai construir uma galeria de águas pluviais na rua Marcondes Salgado, enquanto a terceira turma vai fazer uma galeria idêntica na rua São José. As duas galerias vão solucionar o alagamento da região Central.
Vão criar uma ligação subterrânea entre as avenidas Nove de Julho e Doutor Francisco Junqueira. Hoje, as águas da chuva que descem do Alto da Cidade, acumulam na região do Shopping Santa Úrsula e, em seguida, ainda mais abaixo, em outras ruas do Centro. Com a construção das duas galerias, descerão subterraneamente, direto para o córrego Retiro Saudoso.
Etapas
Para evitar grandes intervenções no trânsito, os trabalhos serão executados a cada dois quarteirões, tanto nas ruas Marcondes Salgado e São José quanto na avenida Nove de Julho. A ideia é que as obras não interrompam o funcionamento do comércio e da prestação de serviços na centenária avenida, que abriga um dos principais centros comerciais de Ribeirão Preto.
Cada equipe conta com 25 homens, além de um coordenador específico. E o canteiro de obras, com refeitório, almoxarifado, oficina e banheiros, será montado na Nove de Julho entre a Floriano Peixoto e a Marechal Deodoro, num trecho do canteiro central onde não há árvores.
Sibipirunas
Plantadas em 1949 e tombadas em 2008, todas as sibipirunas serão preservadas, assim como os paralelepípedos e os azulejos portugueses que formam os mosaicos do canteiro central. Eles serão retirados e recolocados de forma totalmente alinhada.
No caso dos paralelepípedos, depois de retirados, será feita uma compactação de terra no subleito. Em seguida, a base do solo receberá uma camada de brita e, sobre ela, outra camada de 12 centímetros de concreto armado. Depois, o piso ainda receberá um berço de areia compactado.
Somente após esta etapa, receberá novamente os paralelepípedos, que não correrão o risco de voltar a sofrer os desníveis atuais que, há vários anos, têm incomodado motoristas e usuários de ônibus. Após a conclusão das obras, o estacionamento de veículos no canteiro central será proibido por causa da implantação de corredor de ônibus do transporte coletivo.