Tribuna Ribeirão
Ciência e Tecnologia

Para evitar outra pandemia, estudo diz que devemos regular a qualidade do ar

A humanidade já enfrentou várias pandemias ao longo da história e nenhuma deixou de ser avassaladora. Nos tempos modernos, as pessoas passam grande parte do tempo dentro de casa ou escritórios de trabalho, porém, o ar que respiramos não é regulado da mesma maneira que os alimentos.

Pensando nisso, um grupo de 39 pesquisadores espalhados em 14 países, afirma que para evitar outra pandemia é necessário mudar e reduzir a transmissão da doença. Através de um artigo publicado na revista Science em maio, os cientistas falaram da necessidade de uma “mudança de paradigma” no combate a patógenos aerotransportados como o vírus que causa a Covid-19.

Isso exige o reconhecimento universal de que infecções respiratórias que podem ser evitadas melhorando ambientes internos sistemas de ventilação. “O ar pode conter vírus assim como a água e as superfícies”, disse o coautor Shelly Miller, professor de engenharia mecânica e ambiental.

artigo foi publicado no mesmo espaço de tempo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu que a Covid-19 se espalha predominantemente pelo ar. Agora, os pesquisadores pedem para estender as diretrizes de qualidade do ar interno para incluir patógenos transportados pelo ar e também pensar na necessidade de controlar os riscos da transmissão aérea de infecções respiratórias.

“Precisamos de um esforço social. Quando projetamos um edifício, não devemos apenas colocar a quantidade mínima de ventilação possível, mas, em vez disso, devemos ter em mente as doenças respiratórias em curso, como a gripe e futuras pandemias”, disse outro autor, Jose-Luis Jimenez, membro do Instituto Cooperativo de Pesquisas Científicas (CIRES) e professor de química da CU Boulder. Ele afirmou que não há tempo a perder quando o assunto é se prevenir da próxima pandemia.

Por mais que existam diretrizes de segurança para produtos químicos como o monóxido de carbono, ainda não há diretrizes que regulem ou forneçam padrões para mitigar bactérias ou vírus no ar interno resultantes de atividades humanas. “O ar nos prédios é compartilhado – não é um bem privado, é um bem público. E precisamos começar a tratá-lo assim”, explicou Miller.

Lidia Morawska, autora principal do artigo e diretora do Laboratório Internacional de Qualidade do Ar e Saúde da Universidade de Tecnologia de Queensland, argumentou que é preciso mudar a percepção e observou que o custo global mensal da Covid-19 foi estimado em US$ 1 trilhão, além disso o custo da gripe apenas nos EUA excedeu US$ 11,2 bilhões anualmente na pandemia.

Ademais, os sistemas de ventilação devem ser controlados para se ajustar às diferentes ocupações da sala e também às diferentes atividades e taxas de respiração. Por exemplo, fazer exercícios ou estarem uma sala de cinema. Já para espaços que não podem melhorar a ventilação a um nível adequado para o uso, Morawska disse que a filtragem do ar e desinfecção serão necessárias.

No entanto, atrasos em relação ao intervalo máximo recomendado para cada vacina devem ser evitados uma vez que não se pode assegurar a devida proteção do indivíduo até a administração da segunda dose”, diz a nota de recomendação da pasta para que seja evitado ter outra pandemia.

Fonte: Medical Xpress

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