O papa Francisco aprovou as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo pela primeira vez como pontífice. O fato ocorreu quando ele foi entrevistado para o documentário “Francesco”, que estreou no Festival de Cinema de Roma nesta quarta-feira, 21 de outubro.
O apoio papal aparece na metade do filme, que investiga as questões que mais preocupam Francisco, como meio ambiente, pobreza, migração, desigualdade racial e de renda, e aqueles mais afetados pela discriminação. “Os homossexuais têm o direito de ter uma família. Eles são filhos de Deus”, diz.
“O que precisamos ter é uma lei de união civil, pois dessa maneira eles estarão legalmente protegidos”, revela Francisco em uma de suas entrevistas para o filme. O jesuíta que mais fez para construir pontes para os gays na Igreja, o padre James Martin, elogiou as observações do pontífice.
“É um grande passo adiante no apoio da Igreja à comunidade LGBT”. “O pronunciamento do papa em favor das uniões civis também é uma mensagem forte para lugares onde a Igreja se opôs a essas leis”, disse Martin em um comunicado.
Máscara
O papa Francisco usou uma máscara em público pela primeira vez na terça-feira (20), quando ele e outros líderes religiosos participaram de um culto pela paz no mundo. O pontífice usou uma máscara branca durante a cerimônia na Basílica de Santa Maria em Aracoeli, em Roma.
Anteriormente ele havia usado uma máscara somente dentro de um carro que o levou a suas audiências semanais no Vaticano. Francisco vinha sendo criticado, particularmente nas redes sociais, por não usar a proteção em suas audiências gerais e, por algumas vezes, chegar relativamente perto de visitantes.
O papa, de 83 anos, participou da cerimônia de ontem ao lado de outros líderes religiosos, incluindo o patriarca Bartolomeu, líder espiritual dos cristãos ortodoxos. Ao mesmo tempo, em outros locais de Roma, judeus rezavam na sinagoga da cidade e líderes budistas, sikhs e muçulmanos também oravam pela paz.
O evento acontece em meio à forte alta dos casos positivos do novo coronavírus na Itália, nas últimas semanas. Também houve um pico relativamente pequeno no Vaticano, onde quatro membros da Guarda Suíça, corporação de elite que usa roupas coloridas e é responsável por proteger o papa, tiveram testes positivos para a doença.
O evento anual foi iniciado pelo papa João Paulo II e pela comunidade católica romana de Sant’Egido em 1986. O evento teve seu tamanho reduzido neste ano por causa da pandemia. Assim como os demais líderes religiosos presentes, Francisco só retirou sua máscara quando leu uma mensagem, mas a colocou novamente ao terminar de falar.