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Pandemônio

Na Grécia, onde nasceu, o vocábulo “pan” significou “todos” ou “para todos”. Dali veio para Roma e do latim para todas as palavras escritas e faladas, inclusive para o português e também para o inglês.

Na Inglaterra, o grande poeta Milton, ao escrever sua obra magna, “O Paraiso Perdido” criou a palavra “pandemônio”, que para ele era o castelo onde todos os demônios residiam. Assim surge “pandemia”, com tantos diabos e não-diabos que foram soltos por todos os lados, inclusive os “lados de cima”.

Mas haverá diabos? A minha experiência de octogenário tem me autorizado a afirmar que há muitos diabos na terra. Uns embaixo, pobres coitados, e outros em cima. Muito poderosos.
A realidade muito surpreendente muitas vezes assusta aquele de boa-fé acredita que o “dia a dia” corresponde apenas a “pão com manteiga”. A guerra para ser dono do que é o real (não a moeda brasileira) promove matanças internacionais. Se a vacina vem do oriente “não presta” para o ocidente. E, posso supor que alguma coisa semelhante pode ocorrer quando se invertem os sinais.

Há várias notícias assim para a palavra “vacina”. No dicionário etimológico de Antônio Geraldo da Cunha a palavra nasceu das pústulas encontradas nas “vacas” leiteiras que eram transmitidas aos trabalhadores, imunizando-os, acidentalmente. Das vacas lei­teiras nasceram as “vacinas” que atacaram as “pandemias”, matan­do, enquanto puderam, as endemias e até mesmo as pandemias.

O médico Joaquim Coutinho, percebendo que o líquido das seringueiras curavam os cortes realizados para a extração do látex, projetou um medicamento que sobrevive até mesmo à sua gloriosa memória.

As palavras, até mesmo as escabrosas, são a armadura da realidade. Sem elas não teríamos “vacas” que bem observadas geraram as conhecidas “vacinas”.

Quando os homens acreditavam que a terra era plana, supunham que o sol “nascia” no Japão e “morria” para lá do Oceano Atlântico. Naquela época o latim era a língua universal. Como“nascer” naquela língua é “orire” e morrer é “occidere”, o sol passou a nascer no “oriente” e a morrer no “ocidente”. Tanto assim é que “occidere” gerou para nós “homicídio” que nos veio de “homo occidere”. Ou “uxoricídio” que, no direito brasileiro, é “matar a mulher” porque “uxor” em Roma era “mulher”.

Nos crimes contra a dignidade sexual, descrito pelo artigo 213 do nosso Código Penal significa “constranger alguém me­diante violência ou grave ameaça a ter conjunção carnal ou per­mitir ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso”. A pena é de reclusão de 6 a 10 anos. Se do crime resultar lesão grave a pena sobe de 8 até 12 anos. Se a vítima morrer, o estuprador será condenado de 12 a 30 anos.

Há poucos anos atrás, vimos pela televisão um nobre depu­tado federal brasileiro, valendo-se do microfone do mais alto degrau do Poder Legislativo, dirigir-se a uma deputada, dizendo­-lhe algo assim: “eu não te estupro porque você é muito feia”.

Tratando-se de um nobre deputado, ocupante de sua “curul” há quase 30 anos, estava autorizado crer da existência em sua memória alguns rabiscos do Código Penal.

Fiz a suposição que ele havia se disposto a perder sua curul na Câmara dos Deputados, por violação direta de regra penal, do que resultaria atropelamento do seu regime interno. Ou quan­do não propor um projeto para suprimir o crime de estupro do nosso Código Penal!
O infrator não foi punido pelo Poder Legislativo. Daí resul­tando que foi ele eleito pelo povo como Presidente da Brasil.

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