Tribuna Ribeirão
Economia

Pandemia – Varejo recua 16,8% de março para abril

JF PIMENTA/ARQUIVO

O comércio varejista no país teve queda de 16,8% na passagem de março para abril deste ano, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta terça­-feira, 16 de junho, pelo Insti­tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A retração provocada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) foi a mais intensa em 20 anos – desde o início da série histó­rica, em janeiro de 2001.

O recuo foi o mesmo na comparação com abril do ano passado. O varejo também re­gistrou quedas de 6,1% na mé­dia móvel trimestral e de 3% no acumulado do ano. No acumu­lado de doze meses, há um cres­cimento de 0,7%, de acordo com a PMC. Na passagem de março para abril, houve quedas nas oito atividades pesquisadas.

A retração foi constatada em tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (-43,4%), outros arti­gos de uso pessoal e doméstico (-29,5%), equipamentos e mate­rial para escritório, informática e comunicação (-29,5%), móveis e eletrodomésticos (-20,1%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-17%), combustí­veis e lubrificantes (-15,1%) e su­permercados, produtos alimen­tícios, bebidas e fumo (-11,8%).

Diferentemente de março, quando os setores alimentícios e de farmácia tiveram alta, em abril isso não aconteceu. “Em março, podemos imaginar o cenário em que essas ativida­des essenciais absorveram um pouco das vendas das outras atividades que tinham caído muito, mas nesse mês isso não foi possível”, explica o gerente da PMC, Cristiano Santos.

“Tivemos também uma redução da massa salarial que, entre o trimestre encerrado em março para o encerrado em abril, caiu 3,3%, algo em torno de R$ 7 bilhões. Isso também refletiu nessas atividades con­sideradas essenciais”, emenda. O varejo ampliado – inclui também material de constru­ção e os automóveis e peças – caiu 17,5%, na passagem de março para abril.

A queda foi puxada pela retração de 36,2% na venda de veículos e peças e de 1,8% nos materiais de construção. O va­rejo ampliado teve recuos tam­bém de 27,1% na comparação com abril do ano passado, de 9,9% na média móvel trimes­tral e de 6,9% no acumulado do ano. No acumulado de doze meses, houve alta de 0,8%. Em relação à receita nominal, o varejo teve quedas de 17% na comparação com março deste ano e de 13,7% na comparação com abril do ano passado. A re­ceita do setor cresceu 0,7% no acumulado do ano e 3,6% no acumulado de doze meses.

O varejo ampliado teve quedas, na receita nominal, de 16,3% na comparação com março, de 9% na comparação com abril e de 3,6% no acumu­lado do ano. No acumulado de doze meses, houve alta de 3,3% na receita. As vendas também ficaram 22,7% abaixo do pico alcançado em outubro de 2014. No varejo ampliado, o volume vendido em abril estava 34,1% aquém do patamar recorde al­cançado em agosto de 2012.

Pesquisa
A pandemia de covid-19 e as medidas de isolamento social adotadas para impedir a disseminação do vírus im­pactaram a receita de 28,1% do total de empresas que pres­taram informações em abril à pesquisa do IBGE. Entre as empresas que deram alguma justificativa para a variação da receita em abril, 63,1% ci­taram o coronavírus como principal causa.

Em abril de 2020 ante abril de 2019, houve uma queda de 46,0% no volume de vendas das empresas que relataram ter sentido o impacto da covid-19 em suas atividades. Entre as empresas que não reportaram qualquer impacto da pandemia em suas receitas, o volume ven­dido caiu 4,8%.

Na média global, o comér­cio varejista teve uma redução de 16,8% nas vendas em abril deste ano ante abril de 2019. As empresas que relataram algum impacto devido à covid-19 de­ram uma contribuição negati­va de -13,4 pontos percentuais para a formação da média do varejo, enquanto as empresas que não relataram qualquer impacto contribuíram com -3,4 pontos porcentuais.

No varejo ampliado – que inclui as atividades de veículos e material de construção –, as empresas declaradamente im­pactadas pela covid-19 tiveram um recuo de 54,4% nas vendas, enquanto os informantes que não relataram impacto vende­ram 13,0% menos.

O subgrupo de empresas impactadas pela covid na média do varejo ampliado, que recuou 27,1% em relação a abril de 2019, foi de -18,5 pontos porcentuais, enquanto o subgrupo das não afetadas impactou a taxa em -8,6 pontos percentuais.

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